Eduardo Leite afirma que não se expressou bem sobre governo ter "outras agendas" fora a ambiental - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Eduardo Leite afirma que não se expressou bem sobre governo ter "outras agendas" fora a ambiental

Eduardo Leite afirma que não se expressou bem sobre governo ter "outras agendas" fora a ambiental

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Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), concedeu entrevista ao programa Roda Viva, nesta segunda-feira, 20 Crédito: Reprodução/Roda Viva/TV Cultura
Governador do Rio Grande do Sul reforçou, no entanto, o investimento às demais pautas e disse querer o ministro Paulo Pimenta como aliado

Autor Ludmyla Barros

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) reconheceu, nesta segunda-feira, 21, que pode não ter “se expressado bem”, ao afirmar que o Estado gaúcho não investiu mais recursos na prevenção de desastres ambientais, porque havia “outras agendas”. Ele, no entanto, reforçou a existência de outras pautas, com as quais o governo "precisa lidar", reclamando mais uma vez da situação fiscal do estado.

"Talvez há culpa de não ter me expressado bem. Mas que fique claro, nós temos uma série de pautas com as quais o governo tem que lidar. A do meio ambiente, sem dúvida nenhuma, uma importantíssima, sobre a qual o governo também atua", disse o governador, em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura.

A declaração anterior de Leite se deu à Folha de São Paulo, no último domingo, 19. Na ocasião, questionado sobre estudos que apontavam a possibilidade de aumento nas chuvas no RS, o governador afirmou que as pesquisas “de alguma forma alertam”.

“Mas o governo também vive outras pautas e agendas. A gente entra aqui no governo e o estado estava sem conseguir pagar salário, sem conseguir pagar os hospitais, sem conseguir pagar os municípios”, disse.

Apesar de reconhecer um possível equívoco, Leite elencou a chamada como “parte da desinformação”, comentando de “manchetes e recortes para as redes, para conseguir cliques”, sem se referir diretamente à Folha.

Ele ainda reforçou os investimentos às demais pautas, alegando que o Rio Grande do Sul enfrenta contexto fiscal “complicado”. “O que se reclama de investimentos para a defesa, para reforçar a estrutura, lembrem todos que o Rio Grande do Sul era até 3 anos atrás, um estado que atrasou salários de servidores, inclusive dos heróis, bombeiros que hoje salvam vidas. O 13º era pago no ano seguinte”, disse.

O período citado, no entanto, inclui própria gestão de Leite (2019-atualmente), o que foi levantado pela jornalista Vera Magalhães. Em resposta, o governador afirmou que no início da gestão o Estado já contava com “dois anos de atraso”, o que teria levado outros dois anos para ser “posto em dia”.

Segundo Leite, “as agendas” citadas foram responsáveis para a contratação de um efetivo maior de “bombeiros, helicóptero, embarcações, jet skis”, que, por sua vez, teriam ajudado na assistência da tragédia que o estado gaúcho enfrenta.

Leite vê Pimenta como “representante gaúcho” no Governo Federal

Na entrevista, Eduardo Leite ainda comentou sobre a nomeação do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária de Comunicação Social para chefiar um ministério de auxílio à tragédia do Rio Grande do Sul. Pimenta é do RS e cotado como possível candidato ao Governo do Estado, em 2026.

Leite disse “entender” a nomeação de Pimenta e vê como ponto positivo o fato do ministro ser gaúcho. “Alguns falam que isso pode ser uma interferência do governo federal no Rio Grande do Sul. Eu prefiro olhar por outro ângulo, que seja o Rio Grande do Sul com um assento privilegiado para nos ajudar a resolver um problema como esse. Para que o ministro Pimenta nos ajude a convencer o governo federal de que não basta postergar essa dívida, que a gente precisa da quitação”, declarou.

Após suspensão de débitos, Leite pede perdão total de dívidas no RS

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), cita constantemente entraves fiscais do estado, que enfrenta uma situação de calamidade devido às fortes chuvas. Na última segunda-feira, 13, o Governo suspendeu o pagamento e zerou os juros da dívida de R$ 98 bilhões do RS com a União, por um período de 36 meses. Apesar de receber bem a medida, Leite afirmou que não pode considerá-la suficiente.

“Sobre esse tema da dívida, acho que demos um passo muito importante nessa definição. Fizemos essa demanda, por justiça, quero reconhecer que sei que é um esforço do ministério, tecnicamente, viabilizar. A nossa demanda inclui um pedido de quitação desses valores, que até aqui não se viabilizou, mas é um passo.

"Infelizmente não posso dizer que será suficiente essa medida e o presidente e o ministro têm consciência disso", completou.

opovo.com.br

Cariri Ativo

22.05.2024