Rosana Martinelli
(PL-MT), ocupa o cargo de senadora enquanto Wellington Fagundes está licenciado
para tratamento de saúde; ela afirma que teve contas bancárias bloqueadas e
passaporte retido na investigação que apura os ataques golpistas
Autor Agência Estado
Ex-prefeita de Sinop (MT), Rosana Martinelli (PL-MT)
assumiu interinamente na quarta-feira, 12, vaga no Senado. Ela é segunda
suplente do senador Wellington
Fagundes (PL-MT), que se licenciou para um tratamento de saúde
e seguirá afastado da Casa até 9 de outubro. Rosana é uma das investigadas por
suspeita de envolvimento nos atos
golpistas de 8 de Janeiro.
Durante o discurso de
posse, a senadora criticou a condução do processo, que segue em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ela também afirmou que teve suas contas bancárias suspensas durante meses e
que, até o momento, tem o passaporte retido pela polícia.
Estiveram presentes na
sessão o presidente do partido da senadora, Valdemar
Costa Neto, que também é investigado no inquérito que apura
tentativa de golpe de Estado, além de colegas parlamentares, como o líder da
oposição Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO), que
discursaram a favor da congressista.
Flávio Bolsonaro
afirmou que a colega "representa os patriotas injustiçados que foram
condenados a 17 anos de prisão por quebrarem vidraças". Marinho disse que
a senadora "ousou" fazer "uma crítica aos poderosos" sem a
proteção de um mandato.
"Se a senhora,
que hoje é senadora da República, sofre esse tipo de violência por emitir uma
opinião, imagine centenas e milhares de brasileiros que estão passando pelo
mesmo problema", disse o senador se referindo aos investigados e
condenados pelos ataques.
Em seu discurso a
favor do agronegócio, ela se definiu como "uma mulher forte, mas que
também chora e é uma guerreira" e afirmou que é "terminantemente
radical contra a invasão de propriedades".
"Deus realmente
me colocou aqui hoje como prova de que não podemos ter medo de lutar por aquilo
que acreditamos, que é o direito à vida e à liberdade, que é nosso bem mais
precioso", disse. Ela afirmou se solidarizar com todos que tiveram seus "direitos
violados" e diz esperar que o Senado possa ajudar os "patriotas"
que "lutaram pela liberdade".
Tramita na Casa um
projeto, de autoria do senador Hamilton
Mourão (Republicanos-RS) a favor na anistia para os envolvidos
nos ataques às sedes dos Três Poderes. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
é contra, e defende punição aos vândalos.
Segundo o portal UOL,
a ex-prefeita participou de bloqueios de estradas e fechamento do comércio em
reação à derrota eleitoral de Jair
Bolsonaro (PL), após as eleições de 2022. Vídeos obtidos pela
reportagem mostram Rosana encorajando que a paralisação deveria durar até que
"provas" de que as urnas eletrônicas teriam sido fraudadas fossem
"apuradas e acatadas".
Supostas
irregularidades na votação já foram comprovadamente desmentidas por diversos
órgãos de auditoria. Na época, a agora senadora afirmou que "sempre apoiou
manifestações pacíficas e ordeiras", mas não o bloqueio de rodovias.
opovo.com.br
Cariri Ativo
14.06.2024