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Entre janeiro e agosto, Ceará teve um aumento de 23,5% nos registros de focos de incêndio em 2024, comparado a 2023

Entre janeiro e agosto, Ceará teve um aumento de 23,5% nos registros de focos de incêndio em 2024, comparado a 2023

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2.368 incêndios em vegetação foram apagados no Ceará entre os meses de janeiro e agosto de 2023 Crédito: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar do Ceará
Os números deixam o Ceará na 19º posição do ranking dos estados com maiores registros de focos

Autor Gabriel Damasceno

O estado do Ceará teve um aumento de 23,5% nos registros de focos de incêndio em 2024, em comparação com o ano anterior. Ao todo, foram registrados 640 até esta quarta-feira, 28. Em 2023, foram 518 casos até a mesma data. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os números deixam o Ceará na 19º posição do ranking dos estados com maiores registros de focos. Os destaques ficam para Mato Grosso, com 23.192, Pará, com 16.364, e Amazonas, com 13.615. No nordeste, as maiores quantidades foram registrados nos estados do Maranhão, Bahia e Piauí com 6.906, 3.363 e 2.563, respectivamente.

Waldomiro Loreto, capitão do Corpo de Bombeiros do Militar do Estado do Ceará (CBMCE) especialista em incêndio florestal, destaca que os focos de queimada do Inpe não necessariamente significam que existe um incêndio em um determinado local. “Eles detectam uma temperatura fora do normal, pode acontecer de ter uma telha de metal que superaqueceu, [por exemplo]”.

“Tem outro detalhe: um mesmo incêndio pode desenvolver vários focos. Pode acontecer de ter um incêndio de três hectares e o satélite captar vários pontos focais. [Por exemplo], podem ter 20 focos, mas para a gente, em questão de combate, se trata do mesmo incêndio”, adiciona.

Em 2024, até esta quarta-feira, 28, o Corpo de Bombeiros atendeu 1.466 ocorrências de incêndio em vegetação no Ceará. Em agosto, foram 390 atendimentos.

Ainda que em pequena quantidade, os incêndios — junto com as queimadas da Amazônia, do sudeste brasileiro e do continente Africano — também contribuíram para que Fortaleza tivesse o pior índice de qualidade do ar de 2024 neste sábado, 24. Na data, 34,3 microgramas por metro cúbico (µg/m³) foram registrados na atmosfera da Capital.

No Ceará, os registros costumam ter uma crescente a partir do mês de agosto. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), isso acontece porque o período entre agosto e novembro costuma ter temperaturas mais altas, umidade mais baixa e ventos mais fortes, o que propicia o aumento de casos.

Veja o número de focos de incêndio no CE ao longo dos anos no Gráfico:

Caatinga tem aumento de quase 7% no número de focos de queimada

O cenário da caatinga, bioma no qual o Ceará está inserido, não teve uma mudança muito grande. Os dados, que vão do dia 1º de janeiro até o dia 28 de agosto, mostram que os pontos passaram de 2.894, em 2023, para 3.096, em 2024, um aumento de aproximadamente 6.98%.

Apesar da mudança não ter sido muito grande, a Associação Caatinga, organização que busca conservar o bioma, destaca que todo incêndio gera um impacto na região. "Há a remoção de florestas nativas e morte de animais, causando a redução da fauna e flora local, e comprometendo a resiliência do ambiente", diz em nota.

"Além disso, o solo perde nutrientes e organismos essenciais, reduzindo sua produtividade e comprometendo a segurança alimentar das comunidades, além de aumentar os riscos de desertificação", segue.

A floresta em pé, de acordo com eles, também gera uma série de serviços ecossistêmicos: fornecimento de alimentos, controle do clima, qualidade do ar, controle de erosão etc.

Ações humanas são as principais causas de incêndio

De acordo com Waldomiro, a principal causa das queimadas são as ações antrópicas, causadas pelo homem. "É muito importante a gente frisar uma subdivisão:incêndios em vegetação em zonas urbanas e em zonas rurais".

Nas áreas urbanas é comum que os incêndios surjam a partir de queimas de lixo. As chamas, por vezes, se espalham para locais de vegetação e saem de controle. "Em zonas rurais, a principal causa são pessoas que querem fazer a limpeza de um terreno. Fazem em horários de muito vento, no meio dia, e [também] acabam perdendo o controle, além de não fazerem as devidas observações".

"Esses [em zonas rurais] os são mais graves, porque as áreas desenvolvem incêndios em muitos hectares”, continua.

Serviço

O serviço do Corpo de Bombeiros pode ser solicitado pelo número 193.

opovo.com.br

Cariri Ativo

30.08.2024