Furacão Milton: cearenses relatam preocupações e cuidados na Flórida - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Furacão Milton: cearenses relatam preocupações e cuidados na Flórida

Furacão Milton: cearenses relatam preocupações e cuidados na Flórida

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A previsão é que o furacão Milton perca intensidade, mas continuará extremamente perigoso ao atingir a Flórida na noite de quarta-feira, 9, e na manhã de quinta-feira, 11 Crédito: Reprodução/Facebook NOAA NWS National Hurricane Center
Fenômeno ameaça o estado norte-americano com ventos fortes e inundações. Autoridades ordenam evacuações e preparam serviços de emergência para enfrentar a crise

Autor Caynã Marques

Ordens ou sugestões de evacuação foram emitidas para mais da metade dos condados da Flórida à medida que o furacão Milton se aproxima das regiões dos Estados Unidos. Protocolos de segurança foram ativados com o intuito de proteger a população que pode ser atingida pelo fenômeno.

Segundo grande furacão registrado no Golfo do México em duas semanas, Milton é “extremamente perigoso”, conforme o Centro de Furacões dos Estados Unidos, cuja escala de referência varia de 1 a 5. Ele chega após Helene ter deixado um rastro de destruição no final de setembro.

Furacão Milton: cearenses se previnem na Flórida

Em certas localidades, foi indicado que os moradores evacuem suas residências. Carla Creston, cearense moradora de Port St. Lucie, conta que as autoridades locais aconselham os moradores a se manterem em suas residências, mas com primeiros socorros à disposição.

“Essa é a nossa primeira experiência desde que me mudei para a Flórida, há cerca de três anos, e o último furacão que enfrentamos foi bem mais fraco, não precisou colocar proteção nas janelas. Então, este é mais sério”, afirma ao O POVO.

Além disso, serviços essenciais deverão ser cortados ao longo da passagem de Milton. "Fizemos compras no mercado, compramos bastante água, mantimentos… São as dicas que a gente aprende, né, morando aqui."

A família também está preparando o gerador, "porque com certeza a luz será cortada por segurança". "Eles cortam a luz, cortam a água e a gente tem que se preparar", enfatiza Carla.

Ficar sem luz não será algo exclusivo de Port St. Lucie. Em Orlando, apesar de ficar mais distante da área atingida, também está prevista essa possibilidade, conforme a estudante Letícia Pinheiro, que mora na localidade.

“O que está sendo recomendado é não sair de casa, ficar dentro, estocar comida e água, porque é previsto que a gente fique sem energia”, detalha.

Letícia enumera que este é o quarto fenômeno natural de proporções destruidoras que vivencia nos EUA. “Eu estava aqui no Katrina em 2012, peguei o Ian em 2022, semana passada teve o Helene e agora este.” Ao detalhar suas experiências, conta que o pior foi o Ian.

“O Ian foi bem forte na época em que eu morava em Daytona Beach. Ficamos sem energia por uma semana, teve inundação...”, conclui.

Furacão Milton: auxílio das autoridades

Carla aponta que as autoridades estão prestando auxílio para as áreas mais afetadas. A Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema) irá disponibilizar 1.200 dólares para quem ficar sem energia por 24 horas. O valor ainda poderá receber um acréscimo caso a pessoa fique sem alimentação.

Quase 600 ambulâncias e mais de 30 veículos de transporte especial estão em operação. A Guarda Nacional está implantando equipes de busca e resgate aéreo, aquático e terrestre para a maior mobilização de busca e resgate da Guarda Nacional na história da Flórida. Este número é referente à cidade de Ocala.

Na cidade de Tampa, onde está o epicentro do furacão, a orientação em alguns locais é de que algumas pessoas deixem suas residências. Carla expõe que, mesmo assim, há quem vá contra as orientações e permaneça.

Já Leticia conta que, por Orlando estar mais distante do local onde o epicentro do furacão deve passar, os moradores estão mais despreocupados. Ainda assim, para quem não se sinta seguro, estão sendo disponibilizados shelters, um tipo específico de abrigo. 

Furacão Milton: já havia uma previsão para o fenômeno

Autoridades locais da região alertaram, há duas décadas, sobre uma simulação do pior cenário de uma tempestade que paralisaria Tampa, na Flórida, e comunidades costeiras próximas: um furacão hipotético que tem semelhanças assustadoras com Milton, até mesmo em seus caminhos finais e mês de chegada.

Esse ciclone hipotético, apelidado de “Furacão Phoenix”, foi produzido pelo Conselho de Planejamento Regional da Baía de Tampa em 2010. O estudo completo conta inclusive com imagens de notícias hiper-realistas de como a tempestade mudaria para sempre a estrutura da Baía de Tampa.

Esse relatório, junto de um acompanhamento em 2020, explica que St. Petersburg — uma cidade de 261.000 habitantes — não faria mais parte da península do Condado de Pinellas e se tornaria uma ilha por si só.

Praias como Clearwater e Treasure Island, importantes para o turismo da área, estariam “essencialmente desaparecidas”. Entre 27% e 43% dos quartéis de bombeiros, hospitais, delegacias de polícia e escolas da área seriam danificados, com muitos declarados não funcionais. A eletricidade ficaria desligada por meses, e a recuperação total poderia levar até uma década.

Hoje em dia, o pesadelo de Tampa parece estar prestes a se tornar realidade, com algumas ressalvas.

Colaborou Mariana Fernandes

opovo.com.br

Cariri Ativo

10.10.2024