O Ministério das Comunicações entrega nesta terça-feira (29) notebooks para moradores do maior território quilombola do Brasil. A doação dos equipamentos à Associação do Quilombo Kalunga, em Cavalcante (GO), faz parte do programa Computadores para Inclusão. Ao todo, serão destinados 14 notebooks para a criação de um laboratório de informática na comunidade.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, afirmou que a entrega reforça o compromisso da pasta de levar tecnologia e conectividade a todos os lugares do Brasil.
“Dos grandes centros aos quilombos, indígenas e à população rural. O nosso objetivo é atender a todos, sem distinção, sem deixar ninguém para trás. Quando a gente leva inclusão digital para uma comunidade, estamos proporcionando também inclusão social. Esses computadores vão contribuir muito para o acesso aos seus direitos, à saúde, à educação, e outros serviços públicos e privados”, disse Juscelino.
O território Quilombo Kalunga foi reconhecido pela ONU como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil. O título é concedido a regiões que mantêm a conservação da natureza e asseguram o bem-estar de seu povo. A área também é considerada o maior território quilombola do Brasil. A comunidade está no local há mais de 300 anos e toda a área segue preservada.
Ao todo, 39 comunidades vivem no local, em uma área de aproximadamente 262 mil hectares. São quase 8 mil habitantes, que têm na agricultura sua principal atividade econômica.
A chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade (Aspad) da pasta, Ludymilla Chagas, afirmou que a entrega é carregada de simbolismo, já que antecede o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Neste ano, será a primeira vez que a data será feriado nacional. Em comemoração a este dia tão importante para o país, o governo federal está programando uma série de ações e iniciativas, por meio de diversos ministérios.
“Esta ação é uma uma declaração deste ministério, de que apoiaremos a luta e que trabalharemos para reparar historicamente injustiças cometidas contra a população negra. Não estamos falando apenas de inclusão digital, estamos falando de empoderamento. De garantir que o maior quilombo do Brasil, território de resistência e herança africana, tenha meios instrumentais a partir dos quais vai ser possível construir as suas próprias narrativas e a sua própria história”, destacou Ludymilla.
Ela complementa que a entrega contribuirá também para “quebrar barreiras de exclusão e marginalização que historicamente tem atingido essas populações”.
Computadores para Inclusão
O programa destina computadores que não seriam mais utilizados em órgãos públicos, por estarem obsoletos ou danificados, para pontos de inclusão social em todo o Brasil, após passarem pelos Centros de Recondicionamento de Computadores, onde são recuperados por alunos de cursos de capacitação profissional na área.
Com isso, os equipamentos são levados para a criação de laboratórios de informática em pontos de inclusão social em todo o país, como escolas e associações. A iniciativa também é sustentável, pois dá destinação a milhares de toneladas de resíduos eletrônicos.
O Computadores para Inclusão já doou 49,1 mil equipamentos para 3,6 mil pontos de inclusão digital em 1 mil municípios. Mais de 209 cursos foram oferecidos nos atuais 25 CRCs, capacitando mais de 44,9 mil alunos para a era digital. No ano passado, a iniciativa registrou um aumento de 73,6% no total de doações, em comparação com 2022.
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Cariri Ativo
30.10.2024