Autor Vítor Magalhães
O deputado estadual e novo secretário da Regional 4 de Fortaleza, Osmar Baquit (PDT), informou que ele e parte dos colegas pedetistas ligados ao grupo do senador Cid Gomes (PSB) devem se filiar ao PSB no dia 3 de fevereiro. A data está pré-agendada e depende de comunhão de agendas dos deputados.
"Vou para o PSB, está definido. A filiação deverá ser no dia 3 de fevereiro. Estou conversando com o senador Cid. O evento deve ocorrer na segunda-feira, acho que eu e outros (deputados) vamos nos filiar nesta data. Está sendo consultado, mas eu já disse que estava ok para o dia 3", declarou em coletiva durante a primeira reunião de secretariado do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT).
Questionado sobre se os demais deputados que estão de saída do PDT devem migrar juntamente nesta data, Baquit disse acreditar que o ato de filiação ocorrerá de forma conjunta. "Eu iriei, se estiver realmente confirmado o dia 3, que está pré-agendado, eu irei. Os outros, não posso falar por eles, mas acredito que a grande maioria ou quase todos eles irão", concluiu.
Entre efetivos e suplentes, pedem a desfiliação os deputados: Bruno Pedrosa, Osmar Baquit, Guilherme Bismarck, Guilherme Landim, Helaine Coelho, Salmito Filho, Jeová Mota, Sérgio Aguiar, Lia Freitas, Marcos Sobreira, Oriel Nunes, Antonio Granja e Romeu Aldigueri.
Eles são ligados a Cid Gomes e fazem parte da base governista no Estado. Outro nome que conseguiu se desfiliar foi Evandro Leitão, hoje prefeito de Fortaleza e filiado ao PT.
Disputa na Justiça
A migração de parlamentares do PDT para o PSB é resultado de um racha na sigla trabalhista com origem no processo eleitoral de 2022, no contexto da escolha do nome do partido que disputaria a eleição para o Governo do Estado. A disputa botou em lados opostos os irmãos Ciro e Cid Gomes.
O ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), nome defendido por Ciro Gomes (PDT), foi o escolhido em disputa interna contra a então governadora Izolda Cela, à época no PDT e hoje filiada ao PSB, que tinha o apoio do senador Cid Gomes (PSB), do ex-governador Camilo Santana (PT) e de outros quadros petistas e aliados.
A escolha da maioria do diretório do PDT pela candidatura de Roberto Cláudio gerou um racha na aliança com o PT, que acabou lançando o então deputado Elmano de Freitas (PT) como candidato próprio. Elmano contou com apoio, nos bastidores, inclusive de nomes do PDT ligados a Cid. RC acabou a eleição como o terceiro mais votado e Elmano venceu no 1º turno.
Posteriormente, pedetistas mais próximos a Cid Gomes receberam carta de anuência assinada pelo senador, que ocupava temporariamente a presidência do PDT Ceará. Em tese, com essa anuência, eles poderiam deixar o partido sem perder os respectivos mandatos na Assembleia Legislativa do Ceará e na Câmara dos Deputados.
O diretório nacional do PDT contestou na Justiça a legitimidade da anuência assinada por Cid, alegando que caberia à instância Nacional deliberar sobre a questão e alegando que os mandatos são do partido e que os parlamentares não poderiam mudar de sigla antes do período permitido pela janela partidária.
Após meses de batalha judicial, a saída dos deputados foi autorizada pela Justiça sem risco de perda de mandatos.
Em novembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou mais um recurso do PDT Nacional e liberou os deputados estaduais aliados do senador Cid Gomes a se filiarem a outros partidos. O destino da maioria deverá ser o PSB. Parlamentares celebraram o que chamaram de "carta de alforria".
O pleno do TSE manteve o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que autorizou deputados estaduais a deixarem o partido sem prejuízos. O TSE negou o recurso do PDT Nacional que era contra a decisão do TRE-CE a favor da desfiliação de 14 deputados estaduais do partido.
opovo.com.br
Cariri Ativo
04.01.2025