A baixa nas exportações calçadistas não foi exclusividade do Ceará. De 10 estados presentes em relatório da Abicalçados, apenas dois não tiveram queda em valores.
Duramente impactado pela tragédia climática do ano passado, o Rio Grande do Sul, maior produtor calçadista do Brasil, também teve quedas em valores (-10,9%), número de pares (-8,6%) e no valor médio por par (-2,6%).
O estado gaúcho e o Ceará concentram boa parte da produção de calçados do Brasil. Se por um lado as exportações de calçados amargam resultados negativos, por outro, a produção calçadista dá sinais positivos.
Para o professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ulysses Reis, a tendência é que a competição internacional quando se fala de mercado calçadista aumente. "China, Indonésia e Camboja estão se tronando melhores na indústria. Não só em tecnologia de produção, mas em custos. Eles não pagam IPI, não têm os custos da ineficiência da malha rodoviária e portuária e não contam com as burocracias de toda ordem que temos no Brasil".
"Acredito que a tendência é que tenhamos uma redução nas exportações em 2025, principalmente no caso do Ceará. As cidades do Rio Grande do Sul que foram mais afetadas pelas enchentes e têm indústria calçadista retomaram a capacidade produtiva rapidamente e provavelmente vão vender mais".
Exportações por estado
- Rio Grande do Sul: US$ 35,4 milhões
- Ceará: US$ 18,7 milhões
- São Paulo: US$ 6,7 milhões
- Bahia: US$ 3,3 milhões
- Paraíba: US$ 3,06 milhões
- Minas Gerais: US$ 2,4 milhões
- Paraná: US$ 1,1 milhão
- Santa Catarina: US$ 1,06 milhão
- Rio de Janeiro: US$ 327,2 mil
- Mato Grosso do Sul: US$ 88,6 mil
- Outros: US$ 150,1 mil
Fonte: Secex; elaborado pela Abicalçados
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Cariri Ativo
27.01.2025