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Exportação de calçados cearenses cai 25% diante da concorrência com mercados asiáticos

Exportação de calçados cearenses cai 25% diante da concorrência com mercados asiáticos

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Legenda: No Brasil, o volume de calçados exportados somou US$ 72,3 milhões em 2024, queda de 1,4% na comparação com 2023
Foto: Kid Junior

A baixa nas exportações calçadistas não foi exclusividade do Ceará. De 10 estados presentes em relatório da Abicalçados, apenas dois não tiveram queda em valores.


Escrito por
Ingrid Coelhoingrid.coelho@svm.com.br

O Ceará exportou seis milhões de pares de calçados a menos em 2024 na comparação com 2023. É o que mostra relatório da Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados) com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O número representa, em dados percentuais, uma queda de 17,5%.

Foram 30,1 milhões de pares de calçados do Ceará enviados ao exterior em 2024. Já em 2023, o número de pares foi de 36,6 milhões. Em valores, a perda foi de cerca de R$ 66 milhões entre 2023 e 2024 (queda de 24,9%). O valor médio por par também teve retração de 9%.

A baixa nas exportações calçadistas não foi exclusividade do Ceará. De 10 estados presentes no relatório da Abicalçados, apenas dois não tiveram queda em valores. Foi o caso da Bahia, com tímido resultado de 2,1% de crescimento, e do Mato Grosso do Sul, com avanço de 335%.

Duramente impactado pela tragédia climática do ano passado, o Rio Grande do Sul, maior produtor calçadista do Brasil, também teve quedas em valores (-10,9%), número de pares (-8,6%) e no valor médio por par (-2,6%).

O estado gaúcho e o Ceará concentram boa parte da produção de calçados do Brasil. Se por um lado as exportações de calçados amargam resultados negativos, por outro, a produção calçadista dá sinais positivos.

Para o professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ulysses Reis, a tendência é que a competição internacional quando se fala de mercado calçadista aumente. "China, Indonésia e Camboja estão se tronando melhores na indústria. Não só em tecnologia de produção, mas em custos. Eles não pagam IPI, não têm os custos da ineficiência da malha rodoviária e portuária e não contam com as burocracias de toda ordem que temos no Brasil".

"Acredito que a tendência é que tenhamos uma redução nas exportações em 2025, principalmente no caso do Ceará. As cidades do Rio Grande do Sul que foram mais afetadas pelas enchentes e têm indústria calçadista retomaram a capacidade produtiva rapidamente e provavelmente vão vender mais".

Exportações por estado

  • Rio Grande do Sul: US$ 35,4 milhões
  • Ceará: US$ 18,7 milhões
  • São Paulo: US$ 6,7 milhões
  • Bahia: US$ 3,3 milhões
  • Paraíba: US$ 3,06 milhões
  • Minas Gerais: US$ 2,4 milhões
  • Paraná: US$ 1,1 milhão
  • Santa Catarina: US$ 1,06 milhão
  • Rio de Janeiro: US$ 327,2 mil
  • Mato Grosso do Sul: US$ 88,6 mil
  • Outros: US$ 150,1 mil

Fonte: Secex; elaborado pela Abicalçados

diariodonordeste.verdesmares.com.br

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27.01.2025