O procedimento foi feito pelo médico Marcelo Alves Vasconcelos. O profissional tem registro no Rio de Janeiro, mas também atua no Ceará e em São Paulo.
O procedimento foi feito pelo médico Marcelo Alves Vasconcelos. Ele é registrado profissionalmente no Rio de Janeiro, mas tem autorização dos conselhos de classe para atuar, também, em São Paulo e no Ceará — ele só não tem permissão cedida pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).
No Ceará, Marcelo atende em uma das filiais da clínica Bodyplastia, a mesma em que Adriana fez a "harmonização" dos glúteos em Recife — o estabelecimento está localizado na Aldeota, zona nobre de Fortaleza. Contudo, também há registros de que o médico atende na clínica Dr. Brasil, em Itapajé, no Vale do Curu, onde é sócio.
O Diário do Nordeste tentou contato com Marcelo Vasconcelos por meio do telefone da clínica em Fortaleza e ainda não recebeu retorno. O espaço segue aberto.
O que aconteceu?
De acordo com a família de Adriana, que concedeu entrevista ao g1, o procedimento feito por Marcelo utilizou polimetilmetacrilato, uma substância conhecida como PMMA.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos "para fins corretivos". No entanto, diz que "não há indicação [de uso] para aumento de volume, seja corporal ou facial".
Conforme o atestado de óbito da vítima, Adriana morreu de "choque séptico" e "infecção no trato urinário". "Como uma pessoa em plena saúde, após um procedimento, em poucas horas, acaba morrendo? A gente está sofrendo muito. O filho dela é muito grudado com ela, ele está em choque. [...] Era uma pessoa cheia de sonhos, se cuidando. [A aplicação de PMMA] É um procedimento caro e que acabou acabando com a vida da minha prima", comentou a familiar Rita de Cássia, em entrevista à TV Globo.
Uma fiscalização feita pelo Cremepe na Bodyplastia de Recife, a clínica onde Adriana fez o procedimento no último sábado (10), constatou que o local não é adequado para o tipo de intervenção feita. Além disso, o órgão reforçou que Marcelo não tem registro no estado.
PMMA
Em novembro do ano passado, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) se posicionou contrária ao uso de PMMA injetável em procedimentos médicos e, inclusive, pediu à Anvisa que banisse o material.
"Por todos os estudos e guidelines, infere-se que o PMMA é um material não reabsorvível e permanente, que apresenta complicações frequentemente observadas anos após sua aplicação, incluindo formação de nódulos, granulomas, processos inflamatórios crônicos, embolias, necroses teciduais, infecções persistentes, hipercalcemia, insuficiência renal, deformidades irreversíveis e até mortes", alegou a instituição.
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Cariri Ativo
15.01.2025