Autor Giordano Barros
Um vídeo que mostra uma mulher abatendo uma onça-parda (Puma concolor) tem gerado grande repercussão nas redes sociais. Nas imagens, a caçadora dispara contra o animal, que estava no alto de uma árvore. Após o disparo, a onça cai no chão e é atacada por cães, enquanto um homem acompanha a ação.
A gravação, que também registra comemorações dos envolvidos, gerou revolta entre internautas e levantou cobranças por punições severas.
O material chegou ao conhecimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que iniciou investigações para identificar os responsáveis e determinar a localização e data do ocorrido.
Com base na análise da vegetação presente no vídeo, suspeita-se que o crime tenha ocorrido em uma região de Caatinga.
Caça ilegal de onça-parda: consequências legais
Os envolvidos podem ser enquadrados na legislação ambiental brasileira por crimes de maus-tratos contra animais e caça ilegal. Conforme previsto pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), a pena para maus-tratos pode variar de três meses a cinco anos de detenção, além de multas que podem chegar a R$ 3.000 por animal.
Já a caça de animais silvestres pode acarretar pena de seis meses a um ano de reclusão, com multa mínima de R$ 5.000.
A onça-parda (Puma concolor), também conhecida como suçuarana, é considerada uma espécie “quase ameaçada” de extinção no Brasil, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Esse status indica que a população do felino está em declínio, com risco de extinção no futuro caso ações de conservação não sejam intensificadas.
Presente em diversos biomas do país, como Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, a onça-parda é um dos maiores felinos das Américas.
Sua capacidade de adaptação a diferentes habitats e a importância no equilíbrio ecológico tornam a preservação da espécie uma prioridade para os órgãos ambientais.
Caça ilegal de onça-parda: propostas para endurecimento da legislação
A repercussão do caso reacendeu o debate sobre a necessidade de punições mais severas para a caça ilegal de felinos.
Em 2022, o deputado federal Ricardo Izar (Republicanos-SP) apresentou um projeto de lei propondo o aumento das penas para esse tipo de crime, com reclusão de três a cinco anos. No entanto, o projeto segue em tramitação no Congresso Nacional sem avanços significativos.
opovo.com.br
Cariri Ativo
20.01.2025