Autor Israel Vancouver
Carnaval é tempo de alegria, festa e muita folia, mas é importante lembrar que só se diverte quem tem saúde! Nessa época, algumas doenças aparecem mais facilmente diante do aumento de riscos de infecção. Você sabe quais são?
A médica Larissa Pontes fala ao O POVO sobre esses pontos de atenção e dá dicas de como se prevenir de adoecimentos no Carnaval. Confira a seguir.
Carnaval: quais são as doenças mais comuns no período?
Os meses de fevereiro e março já são conhecidos pelas variações climáticas e chuvas frequentes no Ceará. Isso já é um fator de aumento nos casos de infecções, mas ainda existe o fator extra do aumento de festas pré-Carnaval.
“A gente sempre vê um aumento gritante das doenças virais nesse período, tanto devido às mudanças no tempo, com as chuvas e o calor, quanto por causa do aumento de aglomerações”, expõe Larissa.
Caso cuidados não sejam tomados e muitas pessoas acabem afetadas pelos vírus, é natural que ocorra um aumento na procura por atendimentos médicos.
“Já são bem conhecidos por nós, médicos que atendemos em pronto atendimento, os meses que a lotação é maior. Começam os primeiros dias de chuva, começam a aparecer as crises de rinite e as viroses gripais”, declara.
“Avançando para o período mais chuvoso, há o aumento de viroses intestinais. Todo mundo com queixa de diarreia aquosa, vômitos, dor abdominal e dor de cabeça. Mistura com o aumento de casos de dengue e é uma receita para o caos da superlotação”, continua.
Mas as chuvas não são exclusivas dentre os motivos de aumento de vulnerabilidade no sistema imunológico. A folia do Carnaval também pode deixar o corpo mais propenso a instabilidades.
“É um período de festa na rua, com muita bebida, pouca hidratação e um monte de gente dividindo um espaço apertado”, comenta Larissa.
“Tendo em vista que as viroses intestinais e gripais são transmitidas por contato com gotículas contaminadas, os milhões de beijos indiscriminados no Carnaval propiciam um cenário mega fértil para a proliferação desses vírus”, complementa.
O clima de “pegação” também aumenta o risco de contração de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Larissa fala que os sinais e sintomas referentes a esses casos são vistos com frequência nos atendimentos, “tendo em vista o aumento de contato íntimo de boa parte dos foliões”.
Carnaval: como evitar ficar doente?
Para se prevenir e conseguir curtir o Carnaval com bem-estar do começo ao fim, a médica a necessidade de:
- lavar muito bem as mãos, principalmente antes de ingerir algum alimento;
- buscar uma hidratação intensa (com água, suco ou água de coco); e
- se alimentar bem, evitando longos períodos de jejum.
Fugindo um pouco dos cuidados mais básicos, Larissa dá outras dicas relevantes para uma proteção a mais ao curtir os bloquinhos na rua.
“Outra coisa simples que realmente traz muito resultado, do ponto de vista prático e científico, é a lavagem nasal com soro fisiológico, pelo menos 2 vezes ao dia, mesmo se não estiver gripado. Essa estratégia ajuda a ‘limpar’ vírus e alérgenos que estejam no corpo, prevenindo gripes e crises de rinite”, aconselha.
Por fim, vale relembrar o simples: o uso da camisinha lhe protege de ISTs e evita gestações não planejadas.
“Vale também frisar o bom senso de evitar festas se você estiver com sintomas intestinais ou gripais, tanto para não piorar o quadro, quanto para não passar para a galera”, finaliza a profissional.
O Carnaval é melhor quando o corpo e a mente estão saudáveis e a coletividade não é esquecida. Não esqueça de se prevenir para cair na folia!
opovo.com.br
Cariri Ativo
27.02.2025