Autor Israel Vancouver
Ligia Bahia é médica e professora associada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é também doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Atua na área da saúde coletiva, com foco em Políticas de Saúde e Planejamento.
Durante a pandemia da Covid-19, Ligia teceu críticas aos posicionamentos do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a vacinação contra a doença. A médica ainda se reprovou o apoio da instituição quanto ao uso de cloroquina para tratamento do coronavírus e questionou a opinião contrária à lei que permite o aborto em crianças vítimas de estupro.
As declarações e denúncias da médica geraram um processo por parte do CFM, que acusa a profissional de difamação e pede a queda do vídeo em que as falas foram feitas, além de retratação pública e uma indenização de 100 mil reais.
Ligia Bahia: entidades prestam solidariedade
Após desdobramentos da questão, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) publicaram, na segunda-feira, 3, uma nota em apoio à médica, afirmando que “as declarações da professora Ligia Bahia refletem consensos científicos amplamente reconhecidos”.
O texto é assinado pela presidente da ABC, Helena Bonciani Nader, e pelo presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro.
Ligia Bahia: confira nota de apoio à médica
“A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vêm a público manifestar seu apoio à professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Conselho da SBPC, Ligia Bahia, diante das acusações feitas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O processo movido pelo CFM exige retratação e indenização por declarações dadas por ela no canal de YouTube “O Conhecimento Liberta (ICL)”, onde criticou a postura do Conselho em relação à vacinação contra a COVID-19 durante a pandemia e o apoio ao uso da cloroquina no tratamento. Além disso, ela contestou o posicionamento do CFM contrário à legislação que permite o aborto em crianças vítimas de estupro.
As declarações da professora Ligia Bahia refletem consensos científicos amplamente reconhecidos, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Ao buscar puni-la por defender estratégias baseadas em evidências científicas, o CFM se afasta dos princípios básicos da ciência e da liberdade de expressão, que fundamentam a vida acadêmica e as sociedades democráticas.
A SBPC e a ABC expressam sua firme solidariedade a Ligia Bahia, destacando sua trajetória exemplar na defesa da ciência e na luta incansável pela melhoria das condições de saúde da população brasileira”.
opovo.com.br
Cariri Ativo
05.02.2025