Fala do republicano no Congresso chegou a ser interrompida por protestos da bancada democrata.
Trump destacou que "tivemos US$ 1,7 trilhão de investimentos nos EUA nas últimas semanas" e citou o exemplo da fabricante taiwanesa de processadores TSMC, que "investirá US$ 100 bilhões nos Estados Unidos porque não quer pagar tarifas”.
Ucrânia
Após um bate-boca entre entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, no Salão Oval, na sexta-feira (28), o republicano anunciou uma pausa na ajuda americana a Kiev, com os argumentos de que o presidente ucraniano não queria o fim da guerra.
Nessa terça-feira (4), o presidente ucraniano mudou o tom e se disse disposto a negociar a paz. Em uma série de publicações na plataforma X (antigo Twitter), Zelenski afirmou que poderia concordar com um cessar-fogo parcial com a Rússia, que envolveria uma troca de prisioneiros e proibiria ataques de longo alcance à infraestrutura civil e energética.
Durante o discurso, Trump também citou e pediu uma salva de palmas para o americano Marc Fogel, que foi detido pelas forças russas em agosto de 2021 e libertado por Moscou após um acordo com Trump no dia 11 de fevereiro. "Se você quer acabar com as guerras, você tem que falar com ambos os lados", disse Trump.
Apesar de rumores de que Trump anunciaria a assinatura do acordo de minerais entre Kiev e Washington, isso não aconteceu durante o discurso.
Elogios e interrupção
O discurso do presidente americano também ficou marcado por vários elogios do presidente aos feitos de seu governo nas primeiras seis semanas do mandato. Trump afirmou que sua administração estava "apenas começando" e disse que a sua vitória eleitoral foi um "mandato" da população americana.
A fala de Trump foi interrompida por protestos da bancada democrata e o congressista Al Green, do partido da oposição, foi expulso do Congresso.
Após a saída de Green, Trump listou as ações tomadas pelo seu governo em temas como imigração e burocracia federal. O presidente americano também celebrou a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
"O povo me elegeu para fazer o trabalho, e eu estou fazendo isso", disse Trump. O republicano classificou Biden como o "pior presidente da história dos Estados Unidos".
Musk
Durante o discurso, Trump citou Elon Musk. O republicano agradeceu ao bilionário por seu trabalho no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e apontou exemplos de como a ajuda internacional americana estava sendo usada antes de sua volta à Casa Branca.
O DOGE está desmantelando agências governamentais, reduzindo a força de trabalho federal e obtendo acesso a dados confidenciais do governo - tudo em uma tentativa, segundo o departamento, de "restaurar a democracia".
Mas a maior parte do que o Serviço DOGE dos EUA está fazendo sob o comando de Musk está sob escrutínio legal, com os tribunais analisando se isso viola as leis de privacidade, os direitos dos funcionários federais e os controles e equilíbrios da Constituição.
O DOGE está sendo alvo de críticas até mesmo de alguns republicanos, preocupados com o fato de que os serviços básicos do governo - e a manutenção de ameaças contra o país - poderiam ser prejudicados. As pessoas que fazem a manutenção das armas nucleares dos Estados Unidos foram demitidas e depois recontratadas às pressas.
Canal do Panamá e Groenlândia
O presidente americano também mencionou mais uma vez a sua promessa de que os Estados Unidos irão "retomar" o Canal do Panamá. Trump disse novamente que estimula a independência da Groenlândia e que a região autônoma pode se juntar aos Estados Unidos se desejar.
"Acho que vamos conseguir. De um jeito ou de outro, vamos conseguir", afirmou Trump sobre a Groenlândia.
Imigração
Trump também afirmou que desde que assumiu a Casa Branca, os números de imigrantes ilegais que entraram na fronteira americana diminuíram. Ele agradeceu a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e o seu czar de fronteira, Tom Homan, pelo trabalho.
O presidente se referiu a família de Laken Riley, estudante de enfermagem que foi assassinada por um imigrante venezuelano na Geórgia em fevereiro de 2024, durante o discurso. Familiares de Riley estavam presentes na sessão conjunta do Congresso.
Trump também destacou Alexis Nungaray, mãe de Jocelyn Nungaray, de 12 anos, que foi morta por imigrantes ilegais enquanto caminhava por uma rua no Texas. O presidente americano pediu ao Congresso que lhe forneça financiamento para avançar sua agenda de deportação.
Criminalidade
O presidente americano buscou promover uma agenda dura contra o crime. Ele apontou que cidades governadas por políticos democratas são mais violentas, apesar das estatísticas mostrarem uma tendência de queda nos crimes.
Trump também ressaltou a necessidade de um policiamento mais agressivo. "À medida que recuperamos nossa soberania, também devemos trazer de volta a lei e a ordem às nossas cidades. Nos últimos anos, nosso sistema de Justiça foi virado de cabeça para baixo por lunáticos da esquerda radical".
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Cariri Ativo
06.03.2025