Autor Danielle Christine
Dois policiais militares foram presos preventivamente após deixarem seus postos de serviço sem autorização para dar carona a uma jovem de 20 anos durante as festividades de Carnaval, em Diadema, na Grande São Paulo, na noite de segunda-feira, 3. A mulher os acusa de estupro e o caso está sendo investigado.
A denúncia foi registrada inicialmente pelo tio da jovem. Segundo ele, a sobrinha pediu ajuda aos policiais durante um bloco de Carnaval.
Os agentes teriam oferecido uma carona até a casa dela, mas, durante o percurso, ela enviou áudios relatando abuso e pedindo socorro. Além disso, a jovem registrou vídeos e tirou fotos dos policiais na viatura.
Por volta das 22h27min, ela enviou um áudio afirmando ter sido abusada. Minutos depois, compartilhou imagens dos policiais.
Após isso, o tio perdeu contato com ela. A jovem foi localizada horas depois na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Liberdade, já sem seu celular.
Um escrivão do 26º Distrito Policial (DP) do Sacomã relatou que a jovem chegou à delegacia muito agitada, o que o levou a acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que a encaminhou para atendimento médico.
Policiais alegam que jovem teve surto na viatura
Os policiais presos negam as acusações. Em depoimento, disseram que a jovem sofreu um surto dentro da viatura e, por isso, decidiram deixá-la em uma área próxima à rodovia Anchieta.
Ainda segundo eles, a mulher teria ameaçado denunciá-los por estupro caso não a levassem até em casa.
A Polícia Militar afirmou que os agentes estavam usando câmeras corporais no momento da abordagem. No entanto, há suspeitas de que tenham removido os equipamentos antes de oferecerem a carona. O material está sendo analisado.
A PM também informou que a jovem tem histórico de internação psiquiátrica e que, anteriormente, já havia acusado o próprio pai de estupro. Essa informação, no entanto, não invalida as investigações, que continuam em andamento.
Jovem afirma que PMs estavam alcoolizados
Segundo o relato da vítima, os policiais teriam ingerido bebida alcoólica antes de oferecerem a carona. Por conta da acusação, ambos foram encaminhados ao Hospital da Polícia Militar, onde realizaram exames para detectar a presença de álcool no sangue. Os resultados não foram divulgados até o momento.
PMs tiveram prisão convertida em preventiva
Os policiais foram presos em flagrante por abandono de posto e descumprimento de missão. Na terça-feira, 4, a Justiça converteu a prisão em preventiva, o que significa que eles permanecerão detidos enquanto as investigações prosseguem.
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as denúncias. O caso segue sob investigação, com a análise das imagens, depoimentos e provas reunidas até o momento.
opovo.com.br
Cariri Ativo
06.03.2025
