Família questiona ausência informações da Polícia Civil
Inicialmente, a família acreditava que a tragédia se resumia à queda. Mas a câmera de segurança que registrou todo o acidente revelou que o cearense sofreu um corte próximo ao tórax.
Imagens do prédio obtidas pela família mostram que havia uma poça de sangue no hall do elevador em um andar diferente de onde ocorreu a queda. E há registros também que mostram que o quarto de João estava revirado.
A família desconfia que João Azin possa ter entrando em confronto com alguém antes de cair do elevador e cobra uma investigação mais apurada da Polícia Civil de São Paulo.
Veja registro da queda de elevador:
Em entrevista ao Diário do Nordeste, Rodrigo Carvalho Azin, irmão e advogado de João, aponta que outro filho do cearense — motivo pelo qual João estava em São Paulo — não prestou auxílio após a queda do pai, nem acompanhou os procedimentos no hospital e no Instituto Médico Legal (IML).
"Pelo contrário, o mesmo sequer havia ido ao hospital e o necrotério", contou Rodrigo. A reportagem tentou contato com o filho de João Azin, mas até a publicação desta matéria não houve resposta.
No laudo cadavérico da vítima, há registro de uma lesão contusa aberta em região lateral do tórax à direita. O ferimento é visto em um trecho da gravação no local da morte, antes de João despencar em fosso.
Essa lesão não foi devido à queda, tendo em vista que o mesmo já apresentava esse ferimento no momento da sua saída. A autoridade policial deve investigar quem provocou essa lesão no falecido, fato que não foi investigado, tampouco esclarecido até a presente data.
Cearense foi até SP convencer filho a retornar ao Ceará
João Azin estava na capital paulista havia apenas um dia. Ele foi ao encontro do filho e da mãe idosa, que estava na Cidade desde dezembro de 2024. O objetivo da viagem era ajudar financeiramente o rapaz e tentar convencê-lo a retornar para Fortaleza. Eles estavam hospedados em um hotel, localizado na Rua Araújo, no bairro da República, no Centro de São Paulo.
De acordo com Rodrigo, o filho de João tinha histórico de desentendimentos com o pai, e a família não sabia como ele estava se mantendo em SP — o que preocupava.
O jovem, no entanto, não teria entrado em contato com nenhum parente próximo após o ocorrido. "Ele simplesmente sumiu. O número que ele tinha não atende mais", informou Rodrigo.
Após a morte do pai, a família chegou a ficar sem contato com a idosa, mas Rodrigo informou que a Polícia encontrou a mulher, sem comida e apenas com água, em condições precárias.
A família conseguiu trazer de volta para Fortaleza a idosa por meio de uma ação de curatela — dispositivo jurídico que visa proteger pessoas que, por razões de saúde ou deficiência, não podem exercer plenamente seus direitos civis e administrar os próprios bens.
Agora, Rodrigo pediu à Justiça "habilitação no inquérito policial, requerendo as diligências; ação de curatela da mãe do João para o neto que vive em Fortaleza ficar com ela e ação de indenização em desfavor do hotel e da empresa de manutenção do elevador".
O advogado Rodrigo Azin aponta que a família tem uma série de questionamentos ainda não esclarecidos pela Polícia Civil de São Paulo sobre a morte do irmão, como a origem da lesão no tórax e a falta de depoimento do filho do radialista.
O que diz a Polícia Civil de São Paulo?
Ao Diário do Nordeste, a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP) informou que o caso segue sob investigação no 77º Distrito Policial, no bairro Santa Cecília.
Ainda segundo nota, "a autoridade policial aguarda o laudo pericial para análise e esclarecimento quanto às causas do acidente".
Por fim, o comunicado afirma que as "diligências prosseguem".
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Cariri Ativo
09.07.2025