Autor Érico Firmo
O deputado federal Júnior Mano (PSB) reafirma a inocência e assegura que isso será demonstrado com o tempo. Em troca de mensagens na noite de terça-feira, 8, com o jornalista João Paulo Biage, correspondente O POVO em Brasília, ele negou as denúncias que motivaram os mandatos cumpridos contra ele pela Polícia Federal na manhã do mesmo dia.
"Eu não vendi e nem negociei emenda!! O que tem no processo é de (José) Guimarães, Eunício (Oliveira) e Yury (do Paredão)", afirmou.
Como mostrou o jornalista Carlos Mazza na coluna Vertical, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou a instauração de investigações em função das citações a Guimarães (PT), Eunício (MDB) e Yury do Paredão (MDB) no inquérito a respeito de Júnior Mano.
Júnior Mano falou ainda ser vítima de perseguição política e mencionou Chiquinho Feitosa (Republicanos). "Chiquin me persegue", ele disse. "Não me aceita ganhar pro Senado. Somente".
Chiquinho é pré-candidato a senador pela base governista, assim como Júnior Mano, Eunício e Guimarães. Dirigente do Republicanos no Ceará, Feitosa é também cunhado de Gilmar Mendes.
Questionado sobre como provará a inocência, Júnior Mano respondeu: "Com um tempo verá".
Posição dos parlamentares
Em nota à Vertical, Eunício disse que “destina emendas em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e de acordo com a legislação”. Também diz ser “importante salientar que o deputado ainda não foi notificado dessa eventual apuração”.
Também à coluna, Yury negou irregularidades e afirmou ter “compromisso notável com a transparência e o desenvolvimento do Ceará”. “O parlamentar foi eleito deputado em uma campanha para o primeiro mandato sem quaisquer apoio de gestores em mandato. Ao destinar emendas para beneficiar os municípios, Yury tem contribuindo significativamente para o progresso e o bem-estar das comunidades locais do estado”, continua.
Guimarães disse à Vertical que não é “alvo de inquérito e da investigação para apurar possível uso irregular de emendas”.
Entenda a denúncia
Na terça-feira, 8, a Polícia Federal cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nos municípios de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, e em Brasília/Distrito Federal, em que o alvo foi Júnior Mano, na operação batizada de "Underhand". A ação da Polícia Federal gerou ainda um bloqueio de R$ 54,6 milhões das contas de pessoas investigadas.
Nesta operação, são investigados crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.
Ao final de 2024, investigação da PF apontou Junior Mano como tendo 'papel central' em um esquema de manipulação de eleições municipais em 51 cidades do Ceará, por meio de compra de votos e desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares.
Por ser parlamentar e, assim, ter prerrogativa de foro privilegiado, a competência para a condução das investigações é do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso tramita — de forma sigilosa— com relatoria do ministro Gilmar Mendes.
opovo.com.br
Cariri Ativo
09.07.2025