Em seu discurso, Mourão apontou que o presidente dos EUA está 'atentando' contra a liberdade e a soberania do Brasil
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), então vice-presidente do governo Bolsonaro, disse que Donald Trump não deveria "meter o bedelho" sobre a condição do ex-presidente na Justiça brasileira.
A declaração foi dada nesta terça-feira (15) durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. No encontro, foram debatidas soluções sobre o tarifaço de 50% implementado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. As informações são do portal g1.
"Não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso que é assunto interno nosso", afirmou Mourão.
Em seu discurso, Mourão apontou ainda que Donald Trump está "atentando” contra a liberdade, a soberania, as negociações comerciais com o exterior e a tradição diplomática dos EUA.
"Desde que o novo presidente tomou posse nos Estados Unidos, ele partiu para uma linha de ação de usar o poder bruto que o país tem. De coerção e dinheiro e abandonou o soft power (poder suave) com que os EUA atuou durante muitos anos na sua política externa", disse.
Sobre os processos que Bolsonaro responde na Justiça brasileira, Mourão saiu em defesa de Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente está sofrendo uma "injustiça".
"Há uma injustiça sendo praticada, mas compete a nós brasileiros resolvermos isso", finalizou.
INVESTIGAÇÕES DE BOLSONARO
Na noite de segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, por volta das 23h45, e faz parte das alegações finais, a última fase antes do julgamento dos acusados, que deve ocorrer em setembro deste ano.
"O grupo, liderado por Jair Messias Bolsonaro e composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas, com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais poderes constitucionais, especialmente do Poder Judiciário", afirmou o procurador-geral na manifestação, obtida pelo portal do jornal O Globo.
Na manifestação, o procurador-geral descreveu o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista. Segundo ele, Bolsonaro figura como líder da organização criminosa e foi o “principal articulador e maior beneficiário” das ações para tentar implantar um golpe de Estado no País em 2022.
Nas palavras de Gonet, o ex-presidente instrumentalizou o aparato estatal e operou em “esquema persistente” de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório após o resultado das eleições presidenciais.
“Com o apoio de membros do alto escalão do governo e de setores estratégicos das Forças Armadas, mobilizou sistematicamente agentes, recursos e competências estatais, à revelia do interesse público, para propagar narrativas inverídicas, provocar a instabilidade social e defender medidas autoritárias”, disse o procurador.
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Cariri Ativo
16.07.2025