Segundo a SBEM, a manipulação envolve uma série de fatores de risco, como instabilidade na conservação.
Até o momento, a Anvisa proibiu apenas a manipulação de medicamentos com semaglutida, como é o caso do Ozempic, por exemplo. A medida surge como atualização das regras relacionadas à importação do insumo para manipulação dos análogos de GLP-1, classe dos remédios citados, com decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda (26).
Ingredientes farmacêuticos ativos (IFA) dos medicamentos em questão podem ser obtidos de forma biotecnológica ou sintética, por exemplo. A publicação, nesse caso, aponta o veto para a importação de IFA biotecnológico de empresas que não possuam o produto registrado na Anvisa.
O princípio do Ozempic e do Wegovy, a semaglutida, possui uma versão biotecnológica aprovada em solo brasileiro. Assim, as regras proíbem a importação por farmácias de manipulação.
Outra proibição
Após a publicação da decisão, a SBEM apontou que este é um "passo fundamental para a proteção da população brasileira", mas também declarou preocupação com a manutenção da permissão para a manipulação da tirzepatida.
"A manutenção de uma proibição parcial, restrita apenas à semaglutida, abre espaço para a migração do mercado irregular para a tirzepatida manipulada, perpetuando o risco sanitário e expondo pacientes a produtos inseguros", disse a SBEM.
O posicionamento cita diversos riscos que podem estar relacionados à manipulação da tirzepatida, citando a incerteza sobre o princípio ativo, assim como efeitos adversos graves e instabilidade ou riscos de conservação.
"A SBEM reitera seu compromisso com a proteção da saúde pública e solicita formalmente que a Anvisa estenda a medida cautelar também à tirzepatida, proibindo sua manipulação em território nacional. Somente assim será possível garantir a coerência regulatória, a segurança da população e a preservação da medicina baseada em ciência", reforça a nota.
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Cariri Ativo
27.08.2025