Joana do Espírito Santo, moradora de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, nasceu em 1909
O grande obstáculo para o reconhecimento da alagoana é a documentação. A certidão de nascimento de dona Joana foi perdida na enchente de 2010, que destruiu casas e o cartório de Murici, onde estava o registro original. Desde então, a família tem tentado recuperar os documentos, mas sem sucesso, o que dificulta o processo de validação internacional.
Uma vida de memórias e música
Apesar da idade impressionante, dona Joana leva uma vida ativa e cheia de lembranças. Cuidadosamente assistida pela filha Maria de Lourdes, ela mantém saúde estável, acompanhada semanalmente pelo programa municipal Melhor em Casa, que oferece visitas médicas, medicamentos e fraldas.
Conhecida pelo bom humor, gosta de virar a noite cantando e só acorda perto do meio-dia. Dona Joana se orgulha da família numerosa: já são cerca de 50 netos e bisnetos. “O dia do meu casamento foi muito feliz. Foram três dias de festa. Dancei tanto que cai", disserem entrevista ao G1 Alagoas.
Também guarda lembranças de encontros históricos: afirma que Luiz Gonzaga tocou em seu casamento e relembra com detalhes o dia em que viu Lampião, “todo enfeitado, com o chapéu brilhando”, entrando em sua casa.
“Ele só andava todo enfeitado. O chapéu chega brilhava. Eu estava debaixo da cama [escondida]. Aí ele [Lampião] descobriu a panela que estava em cima do fogão e disse assim 'Mas rapaz, que carne cheirosa. Que canequinho mais brilhoso. Minha filha fique aí [debaixo da cama], que eu vou apanhar o feijão”, relembrou.
Enquanto o reconhecimento oficial não vem, a família celebra a longevidade e a vitalidade da alagoana, que pode estar prestes a entrar para a história como a mulher mais velha do mundo.
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Cariri Ativo
23.09.2025