Rede social tem cerca de 170 milhões de usuários ativos no país; banimento era iminente devido ao controle chinês.
A medida evita o banimento da plataforma, que estava prestes a ser implementado em razão da influência da empresa chinesa ByteDance, controladora do aplicativo.
A decisão ocorre meses após a lei sancionada pelo então presidente Joe Biden, que determinava a proibição da rede social caso não houvesse um processo de desinvestimento. O prazo para o corte de vínculos com a empresa chinesa terminaria neste ano.
Trump, no entanto, adiou o banimento diversas vezes por meio de ordens executivas, garantindo a permanência do aplicativo no país para seus cerca de 170 milhões de usuários ativos.
“Isso será operado pelos americanos do começo ao fim”, disse Trump durante a cerimônia de assinatura no Salão Oval.
O republicano destacou ainda que o acordo só foi possível com a anuência do governo chinês.
“Tenho grande respeito pelo presidente Xi e aprecio muito que ele tenha aprovado o acordo, porque, para executá-lo corretamente, realmente precisávamos do apoio da China”, declarou.
Até o momento, nem a ByteDance nem Pequim se pronunciaram. Segundo o vice-presidente JD Vance, a fatia americana do TikTok está avaliada em US$ 14 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões).

Estrutura do acordo
Pelo acerto, a ByteDance e suas afiliadas terão menos de 20% de participação no TikTok, enquanto investidores norte-americanos deterão 80% da propriedade.
A mudança atende ao requisito de “desinvestimento qualificado” previsto pela legislação, condição essencial para evitar a retirada do aplicativo do país.
Trump afirmou que entre os novos controladores estarão o bilionário Larry Ellison, cofundador da Oracle, o empresário Michael Dell e o magnata da mídia Rupert Murdoch. Mais detalhes serão divulgados nas próximas semanas, segundo JD Vance.
Algoritmo sob controle americano
Com o acordo, investidores dos EUA também terão domínio sobre o algoritmo do TikTok, ferramenta que define quais conteúdos aparecem no feed “Para Você” e é considerada o coração do aplicativo.
Esse ponto era a principal preocupação do governo norte-americano, que temia o uso de dados sensíveis de cidadãos americanos pelos chineses — suspeita sempre negada pela ByteDance.
Questionado por jornalistas se a nova configuração poderia favorecer conteúdos ligados ao movimento MAGA (Make America Great Again), Trump respondeu que “sempre gostou de conteúdo relacionado a MAGA."
"Se eu pudesse fazer com que fosse 100% MAGA, eu faria, mas infelizmente não vai funcionar assim. Todos serão tratados de forma justa”, concluiu.
Judicialização
O Congresso havia aprovado o banimento do TikTok em votação com apoio bipartidário, dando à plataforma 270 dias para cortar laços com a ByteDance.
No entanto, a empresa acionou a Suprema Corte dos EUA, alegando violação da Primeira Emenda, mas o recurso foi rejeitado de forma unânime.
Em janeiro, o aplicativo chegou a ficar temporariamente fora do ar, antes que o governo Trump assegurasse às lojas virtuais da Apple e do Google que não seriam processadas por disponibilizar a plataforma.
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Cariri Ativo
26.09.2025