A operação das polícias do Rio de Janeiro tem dividido a opinião pública.
Um balanço parcial desta quarta-feira (29) fala em 121 mortes. O número inicial, na terça-feira (28), era de 64 mortes, sendo 60 suspeitos e 4 policiais.
Enquanto o Governo do Estado do Rio de Janeiro trata a "Operação Contenção" como a maior da área de segurança dos últimos 15 anos, movimentos sociais falam em ação mais violenta da história do Estado.
Na rede social X, antigo Twitter, o GovRJ apresentou o balanço completo da operação, que representou, segundo o Executivo, o "maior baque que a facção já tomou em toda a sua história”.
“Uma investigação de 1 ano envolvendo todas as polícias do RJ. O foco da operação foi retirar o confronto da comunidade e levá-lo para a área de mata, protegendo a população e reduzindo os efeitos colaterais”, informou a publicação.
O governo do Rio afirmou ainda que foram mais de 60 dias de planejamento com inteligência, levantamentos, mapas e distribuição tática das tropas. Que todos os policiais estavam com câmeras corporais e que “o cenário encontrado foi o previsto”.
Balanço de prisões e apreensões
- 113 presos (33 de outros estados);
- 10 adolescentes detidos;
- 118 armas apreendidas, sedo: 91 fuzis, 29 pistolas e 14 artefatos explosivos;
- Mais de 1 tonelada de drogas apreendidas.
ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS MOBILIZADOS
Cerca de 2,5 mil agentes participam da operação, incluindo equipes do Comando de Operações Especiais (COE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
O aparato inclui drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate para apoio médico.
Logo nas primeiras incursões, dois homens foram presos e um fuzil apreendido na Rua Uranos, durante a entrada das forças de segurança nas comunidades.
MORTES NA MEGAOPERAÇÃO
O Governo do Rio de Janeiro divulgou, na manhã desta quarta, um balanço oficial das mortes. O secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, afirmou que a operação representou “o maior baque da história do Comando Vermelho desde a sua fundação no fim da década de 1970”.
A ação resultou na morte de 121 pessoas — entre elas, quatro policiais. Segundo Curi, “quem optou pelo confronto foi neutralizado". Ele defendeu que a ação foi “legítima, amparada por ordens judiciais”.
O perfil oficial da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, no Instagram, lamentou a morte dos agentes.
“Hoje prestamos nossa singela, mas profunda homenagem aos nossos irmãos de farda que tombaram na luta contra o crime: 3° Sgt PM Cleiton Serafim Gonçalves, 3° Sgt PM Heber Carvalho da Fonseca, e aos valorosos Policiais Civis Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho e Rodrigo Velloso Cabral”, lamentou a pasta.
Cleiton Serafim, 42 anos, foi atingido na região do abdômen durante um confronto. Mesmo após ser socorrido, não resistiu aos ferimentos, informou o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Heber, de 39 anos, também foi morto em conflito, segundo o BOPE, ele deixa esposa e filhos.
Marcos Vinicius, conhecido como "Máskara", um dos primeiros agentes a ter a morte confirmada, tinha uma longa carreira na polícia e havia recentemente sido promovido a um dos chefes da Delegacia Policial de Mesquita (53ª DP). Ele morreu após ser baleado na cabeça.
Rodrigo Cabral, Lotado na 39ª DP (Pavuna), estava há dois meses na Polícia Civil, e era considerado um profissional promissor. Durante o confronto, ele levou um tiro na nuca e não resistiu. Rodrigo era casado e deixa uma filha.
DOCA: O FOCO DA MEGAOPERAÇÃO
O principal alvo da Operação Contenção era o líder do Comando Vermelho Edgar Alves de Andrade, 55, conhecido como "Doca". Cerca de 70 homens faziam sua proteção, segundo o analista Leandro Stoliar, em entrevista ao programa CNN Novo Dia.
"Para se ter uma ideia da importância do Doca, uma fonte da polícia disse que pelo menos 70 criminosos faziam a segurança dele no momento da operação", afirmou o analista. No entanto, diferentemente dos mais de 130 mortos na operação, o traficante conseguiu escapar.
Entre os principais alvos, além de Doca, estavam Carlos da Costa Neves (Gadernau) e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues (BMW).
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Cariri Ativo
30.10.225


