Operação prende no CE suspeitos de golpe do 'falso advogado' contra vítimas de Santa Catarina - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Operação prende no CE suspeitos de golpe do 'falso advogado' contra vítimas de Santa Catarina

Operação prende no CE suspeitos de golpe do 'falso advogado' contra vítimas de Santa Catarina

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Coordenada pela Polícia Civil de SC, a investigação começou após uma vítima ter transferido R$ 270 mil para os criminosos.


Escrito por
Geovana Almeida*geovana.almeida@svm.com.br


Uma operação policial cumpriu, nesta quinta-feira (23), 15 ordens de prisão e 24 de busca e apreensão no Ceará contra uma organização criminosa que aplicava o golpe do falso advogado. Até a manhã desta quinta, cinco indivíduos foram presos temporariamente no Estado.

A Operação Litis Simulatio foi deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina com apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça, e das polícias civis do Ceará e do Rio de Janeiro. Segundo o delegado Osmar Carraro, que comanda a Delegacia de Combate a Estelionatos de Florianópolis, apesar das prisões, o caso segue em investigação.

A operação iniciou após uma vítima de Florianópolis relatar ter transferido cerca de R$ 270 mil para os criminosos em 2024. Conforme o inquérito, a vítima recebeu mensagens pedindo valores para pagamento de "taxas" e "custas processuais" inexistentes.

Ao todo, 16 mandados de prisões temporárias e 25 de busca e apreensão são cumpridos no Ceará e no Rio de Janeiro nesta quinta, referentes a suspeitos que receberam valores da fraude em suas contas bancárias.

'Falso advogado'

Conforme o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, os criminosos que se passam por advogados utilizam "informações reais de processos judiciais para enganar vítimas e induzi-las a transferir valores sob falsas promessas de recebimento de indenizações".

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE) informou que recebeu, de julho de 2024 a outubro de 2025, 1.243 denúncias do chamado "golpe do falso advogado" no Estado.

ENTENDA COMO O GOLPE É APLICADO 

  • Os criminosos acessam plataformas públicas do sistema de Justiça para obter dados sobre pessoas que estão movendo ações na Justiça, geralmente em processos trabalhistas, previdenciários ou cíveis;
  • A partir disso, criam perfis falsos em redes sociais — principalmente WhatsApp — utilizando fotos de advogados reais e logotipos de escritórios, para dar aparência de credibilidade;
  • Simulam documentos oficiais, inventam taxas inexistentes e utilizam termos técnicos para induzir as vítimas a realizar pagamentos indevidos, sob pretextos como custas judiciais ou honorários fictícios;
  • Os criminosos também enviam documentos com brasões da República, timbres de tribunais, cópias de sentenças e ofícios incluindo nomes de advogados verdadeiros;
  • Após conquistar a confiança da vítima, exigem pagamentos antecipados para suposta liberação de valores judiciais, com justificativas como "taxa de desbloqueio", "emolumentos finais", "imposto de renda" ou "taxa de transferência";
  • Os valores são solicitados via Pix ou depósito bancário em contas de terceiros, e os criminosos enfatizam que as transferências sejam feitas com urgência. Após o pagamento, eles bloqueiam a vítima;

COMO SE PROTEGER DO GOLPE

  • Desconfie de contatos inesperados, principalmente por WhatsApp, que peçam urgência em pagamentos ou que usem linguagem excessivamente técnica;
  • Confirme a identidade do profissional com a OAB;
  • Não forneça dados pessoais ou bancários por telefone ou mensagem, sem ter certeza da autenticidade do contato;
  • A Polícia Civil reforça que nenhum órgão público, advogado ou servidor da Justiça solicita pagamentos via Pix ou depósito para liberar valores de processos judiciais;
  • Não exclua as mensagens, pois elas podem ser evidências concretas do crime. Em caso de suspeita do golpe, faça Boletim de Ocorrência;

A fraude vem sendo registrada em diversas regiões do Brasil e se enquadra como crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. Os investigados podem ser condenados com pena de um a cinco anos de reclusão e multa, que pode aumentar em até três anos quando o crime for contra idoso ou por meio eletrônico. 

*Estagiária supervisionada pela jornalista Mariana Lazari.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

24.10.2025