Coordenada pela Polícia Civil de SC, a investigação começou após uma vítima ter transferido R$ 270 mil para os criminosos.
Ao todo, 16 mandados de prisões temporárias e 25 de busca e apreensão são cumpridos no Ceará e no Rio de Janeiro nesta quinta, referentes a suspeitos que receberam valores da fraude em suas contas bancárias.
'Falso advogado'
Conforme o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, os criminosos que se passam por advogados utilizam "informações reais de processos judiciais para enganar vítimas e induzi-las a transferir valores sob falsas promessas de recebimento de indenizações".
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE) informou que recebeu, de julho de 2024 a outubro de 2025, 1.243 denúncias do chamado "golpe do falso advogado" no Estado.
ENTENDA COMO O GOLPE É APLICADO
- Os criminosos acessam plataformas públicas do sistema de Justiça para obter dados sobre pessoas que estão movendo ações na Justiça, geralmente em processos trabalhistas, previdenciários ou cíveis;
- A partir disso, criam perfis falsos em redes sociais — principalmente WhatsApp — utilizando fotos de advogados reais e logotipos de escritórios, para dar aparência de credibilidade;
- Simulam documentos oficiais, inventam taxas inexistentes e utilizam termos técnicos para induzir as vítimas a realizar pagamentos indevidos, sob pretextos como custas judiciais ou honorários fictícios;
- Os criminosos também enviam documentos com brasões da República, timbres de tribunais, cópias de sentenças e ofícios incluindo nomes de advogados verdadeiros;
- Após conquistar a confiança da vítima, exigem pagamentos antecipados para suposta liberação de valores judiciais, com justificativas como "taxa de desbloqueio", "emolumentos finais", "imposto de renda" ou "taxa de transferência";
- Os valores são solicitados via Pix ou depósito bancário em contas de terceiros, e os criminosos enfatizam que as transferências sejam feitas com urgência. Após o pagamento, eles bloqueiam a vítima;
COMO SE PROTEGER DO GOLPE
- Desconfie de contatos inesperados, principalmente por WhatsApp, que peçam urgência em pagamentos ou que usem linguagem excessivamente técnica;
- Confirme a identidade do profissional com a OAB;
- Não forneça dados pessoais ou bancários por telefone ou mensagem, sem ter certeza da autenticidade do contato;
- A Polícia Civil reforça que nenhum órgão público, advogado ou servidor da Justiça solicita pagamentos via Pix ou depósito para liberar valores de processos judiciais;
- Não exclua as mensagens, pois elas podem ser evidências concretas do crime. Em caso de suspeita do golpe, faça Boletim de Ocorrência;
A fraude vem sendo registrada em diversas regiões do Brasil e se enquadra como crime de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. Os investigados podem ser condenados com pena de um a cinco anos de reclusão e multa, que pode aumentar em até três anos quando o crime for contra idoso ou por meio eletrônico.
*Estagiária supervisionada pela jornalista Mariana Lazari.
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Cariri Ativo
24.10.2025


