O caso teve repercussão nacional com falas da vítima.
O homem foi condenado a quatro anos e 12 dias de reclusão por estupro no último mês de junho e desde então respondia em liberdade, por determinação de uma juíza do 1º Grau. O caso ganhou repercussão nacional quando a vítima, a empresária Renata Coan, expôs sua indignação nas redes sociais.
Por volta das 15h desta terça-feira, os recursos do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da assistência de acusação foram julgados em 2º Grau.
De acordo com os advogados Luiz Nogueira e Rodrigo Abud, que atuam na assistência de acusação, o TJCE "reformou a sentença de primeiro grau e majorou a pena para 11 anos e 8 meses de reclusão, determinando, ainda, a imediata prisão do acusado, que deverá aguardar os recursos e demais processos recolhido ao cárcere".
A reportagem também entrou em contato com a defesa de Edílson Florêncio, que optou por não se manifestar a respeito.
"Entendemos que, com essa decisão, a injustiça da sentença anterior foi corrigida, reafirmando o compromisso do Poder Judiciário com a proteção da vítima, Renata Coan, da sociedade e de todas as mulheres. Trata-se de uma decisão que restabelece a ordem pública e representa um passo importante no combate à violência contra a mulher"
"Os advogados reiteram sua confiança nas instituições e seguirão acompanhando todas as etapas do processo até seu desfecho final", acrescentaram Rodrigo e Luiz Nogueira.
'PERIGO PRA MIM E PRA OUTRAS MULHERES'
Na última semana, Renata falou ao Diário do Nordeste sobre a expectativa dela e dos seus advogados para que o condenado retornasse à prisão. "Um réu confesso de um crime hediondo, pego em flagrante por três policiais, volte para onde nunca deveria ter saído: a cadeia. É muito difícil para mim saber que ele tá solto na sociedade. Um perigo para mim e para outras mulheres".
O MP recorreu pedindo a fixação de regime inicial fechado para o cumprimento da pena, decretação da prisão preventiva do réu "para garantia da ordem pública e aplicação da lei penal" e que o réu seja condenado a indenização de 50 salários-mínimos pagos à vítima.
A assistência de acusação ainda pediu, na apelação, que o crime fosse qualificado como tentativa de feminicídio, mas a Justiça não aceitou a tese.
RELEMBRE O CRIME
Edílson Florêncio foi preso em flagrante por policiais militares que passavam por uma região de matagal e suspeitaram de um veículo estacionado, no bairro Edson Queiroz, por volta de 1h da madrugada do dia 19 de janeiro de 2025.
Ele havia acabado de estuprar Renata, que saiu de um bloco e chamou um carro por aplicativo para retornar para sua casa.
Segundo a vítima, o criminoso a enforcou e a ameaçou matá-la. Ela disse que tentou reagir, mas viu que não ia ter forças e pediu para que o homem não a matasse, durante o estupro.
As agressões foram confirmadas no laudo de Constatação de Crime Sexual, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
diariodonordeste.verdesmares.com.br
Cariri Ativo
05.11.2025


