77 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos reforçam urgência da inclusão social das pessoas com deficiência - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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77 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos reforçam urgência da inclusão social das pessoas com deficiência

77 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos reforçam urgência da inclusão social das pessoas com deficiência

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Divulgação

Segundo o defensor público André Naves, o Brasil ainda enfrenta grandes barreiras no acesso a trabalho, renda e educação para PCDs.

Hoje quarta-feira (10/12), o mundo celebra o Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento histórico adotado em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e que se tornou um marco civilizatório na proteção da dignidade humana. No Brasil, a data também marca o Dia da Inclusão Social (Lei nº 12.073/2009), reforçando a urgência de políticas que garantam participação plena e igualdade de oportunidades - especialmente das Pessoas com Deficiência (PCDs), que ainda enfrentam barreiras profundas no acesso a direitos fundamentais.

 

O Censo 2022, divulgado pelo IBGE em 2025, registrou 14,4 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o equivalente a 7,3% da população com 2 anos ou mais. O levantamento considera pessoas que relataram “grande dificuldade” ou “impossibilidade” em pelo menos uma das funções investigadas - visão, audição, mobilidade ou cognição.

 

Já a PNAD Contínua 2022, com metodologia mais abrangente, identificou 18,6 milhões de pessoas com deficiência, representando 8,9% da população. A diferença entre os números ocorre justamente pela distinção metodológica entre os levantamentos, ponto relevante no debate público sobre desenho de políticas inclusivas.

 

Desigualdades persistentes

Mesmo com avanços legais - como a Constituição de 1988, a Convenção da ONU (com status constitucional) e a Lei Brasileira de Inclusão - as desigualdades continuam expressivas:

 

  • A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência é de 19,5%, contra 4,1% entre pessoas sem deficiência (PNAD 2022).
  • No mercado de trabalho, a participação de PCDs é menor e a informalidade é mais alta em comparação ao restante da população.
  • Entre a população com deficiência, a taxa de pobreza é superior, refletindo as barreiras de acesso à renda e oportunidades.
  • No contexto educacional, as taxas de conclusão do ensino superior são significativamente mais baixas, segundo dados complementares da PNAD e estudos de inclusão educacional.


Cenário global

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 17% da população mundial vive com alguma deficiência significativa - o que equivale a mais de 1,3 bilhão de pessoas. Trata-se do maior grupo minorizado do mundo.

 

Para o Defensor Público Federal André Naves, especialista em direitos humanos, economia política e inclusão social, a data revela não apenas um compromisso histórico, mas um desafio contemporâneo:

 

“A Declaração Universal define um horizonte civilizatório. Mas, para milhões de pessoas com deficiência, esse horizonte ainda não é realidade. A inclusão não pode ser tratada como agenda periférica: ela precisa estruturar a formulação de políticas públicas, o planejamento econômico e o uso das novas tecnologias.”
 

O defensor público André Naves - Foto: arquivo apessoal.



Naves destaca ainda que, em tempos de transformação tecnológica e econômica, a pauta da inclusão se torna ainda mais estratégica:

 

“O futuro do trabalho, a digitalização dos serviços e as novas dinâmicas econômicas só serão democráticos se a acessibilidade for estruturante. Do contrário, corremos o risco de ampliar ainda mais o abismo social.”

 

Para saber mais sobre o trabalho de André Naves, acesse o site andrenaves.com ou acompanhe pelas redes sociais: @andrenaves.def.


Cariri Ativo


10.12.2025