O VAR está sendo utilizado pela primeira vez no Campeonato Brasileiro deste ano. (Foto: Vicenzo Pinto/AFP)
A transmissão nos telões dos estádios ficará a critério dos clubes mandantes.
O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Leonardo Gaciba, apresentou nesta segunda, 19, em um evento na Confederação Brasileira de Futebol, um balanço sobre o desempenho do VAR, mostrou dados específicos e anunciou mudanças na tecnologia para o segundo turno do Campeonato Brasileiro. O principal anúncio da palestra foi a permissão da utilização das imagens dos lances revisados pelas emissoras de TV. Essas imagens também poderão ser reproduzidas nos telões dos estádios, dependendo dos clubes mandantes a transmissão ou não dos lances.
Foram apresentados números do árbitro de vídeo no Brasileirão no evento. Até o momento foram 764 checagens em 139 jogos, além de 87 revisões, com 69 mudanças de decisões, sete vermelhos corrigidos, 27 pênaltis corrigidos e 23 impedimentos corrigidos. Ou seja, entre checagens e revisões, a média é de 6,12 por partida. Em 90% dos casos o árbitro de vídeo concordou com a decisão do árbitro de campo. Gaciba ainda divulgou áudios das conversas entre os árbitros de vídeo e de campo para os presentes no evento.
Dentre as ações de checagem, 385 foram por gols (50,39%), 255 por pênaltis (33,37%), 116 por cartões vermelhos (15,18%) e oito por erro de identificação (1,04%).
Já as ações de revisão levam em média um minuto e 54 segundos por jogo, tempo menor que o da Copa América 2019 (dois minutos e 35 segundos) e dos campeonatos estaduais deste ano (seis minutos). Porém esse tempo ainda é pior que os da Copa do Mundo de 2018 (um minuto e 21 segundos) e da Liga dos Campeões da UEFA 2018/2019 (um minuto e 30 segundos). Segundo Leonardo Gaciba, o objetivo pessoal dele é baixar o tempo médio de revisão para 1 minuto e 20 segundos.
Gaciba também apresentou estatísticas de acerto em relação às marcações de pênaltis. Sem o VAR, 68,23% das decisões foram acertadas, enquanto com o uso da tecnologia essa porcentagem subiu para 91,76%.
Ao todo, 27 erros capitais foram corrigidos até a 14ª rodada. No geral, em relação aos erros capitais, a porcentagem de acerto com o VAR foi de 77,4%, subindo para 98% com o árbitro de vídeo.
Apesar do aumento do índice de acertos, ainda existem erros capitais em situações protocolares (quando o VAR pode ser acionado). Em 2019 foram 10 erros capitais, enquanto em 2018 foram 88. O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem também revelou o custo médio do VAR para a CBF por jogo, que é de 51 mil reais em média.
O evento também lançou a campanha “Respeito ao Árbitro”, que tem como objetivo reduzir questionamentos ostensivos contra decisões da arbitragem durante e após as partidas, com a tentativa de modificar essa cultura no futebol brasileiro. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, discursou sobre a campanha. “Não acho tolerável ofensas e desrespeitos. Respeite os árbitros, as regras e o futebol", falou o presidente.
opovo.com.br
GABRIEL LOPES
20.08.2019