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73 padres diocesanos foram acometidos com a Covid-19 no Ceará

73 padres diocesanos foram acometidos com a Covid-19 no Ceará

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Fortaleza contabiliza o maior número de casos, com 18 padres positivados e outras três mortes (Shutterstock)
Com a disseminação de casos do coronavírus no Estado, a Conferência Nacional de Presbíteros (CNP) – vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – estima que 73 padres diocesanos foram acometidos com a Covid-19 no Ceará até fevereiro de 2021. Destes, quatro vieram a óbito, conforme informações colhidas por consultas regionais nas arquidioceses.

Fortaleza contabiliza o maior número de casos, com 18 padres positivados e outras três mortes. Em seguida está o município de Crato, com 12 infectados e um óbito. Em seguida encontra-se Sobral, com oito confirmações. Limoeiro do Norte, Itapipoca e Iguatu estão empatadas com sete casos cada. Tianguá tem seis. Já Quixadá e Crateús somam quatro, dois em cada localidade.

Contaminado duas vezes

O padre Glauberto Alves de Oliveira, 45, contraiu a Sars-Cov-2 durante duas vezes no ano passado, uma em abril e outra entre agosto a setembro, enquanto atuava na Paróquia São Sebastião em Pedra Branca, no Ceará. A primeira vez ocorreu de forma quase assintomática, logo no início da pandemia, após reunir-se com uma pessoa que estava infectada para realizar uma oração.

Ao suspeitar de estar com uma infecção decorrente da Covid-19, o padre resolveu realizar um teste para detecção do vírus no organismo, que resultou na confirmação da suspeita. A partir disso, ele ficou isolado durante 14 dias com sintomas leves e, depois, realizou uma nova testagem para confirmar se estava curado. O resultado do novo exame deu negativo para a presença da Sars-Cov-2.

No entanto, no mês de agosto, padre Glauberto começou a sentir de novo os sintomas relacionados à Covid-19, só que desta vez de maneira mais forte. Então, ele dirigiu-se ao Hospital São Camilo em Iguatu, realizou novos exames e descobriu que estava positivado novamente para a doença, com 25% dos pulmões comprometidos.

Depois do novo resultado, o padre foi transferido e internado no Hospital São Vicente durante 17 dias. Lá, ele começou a realizar fisioterapias pulmonares para melhorar o seu quadro respiratório até receber alta. Mesmo assim, “ainda foram necessárias mais 21 sessões de fisioterapia para voltar a respirar com mais facilidade”, comenta.

O padre percebeu ainda uma mudança na sua percepção em torno do vírus. “Ela [Covid-19] desestabiliza qualquer ser humano. Quando se aproxima da gente, parece que a gente abre, assim, uma maior compreensão da gravidade dos casos. Com a doença, eu passei a valorizar muito mais cada minuto da existência”.

Fé e ciência

Hoje em dia, ele atribui a sua recuperação tanto à fé quanto à ciência. “Graças a Deus e ao auxílio médico eu melhorei. Sem dúvida nenhuma, a ciência tem importância, a gente não pode negar isso. Mas a fé também foi muito útil nesses momentos, porque me fazia acreditar que Deus estava comigo e isso foi o que mais me fortaleceu”.

Também senti uma energia muito forte advinda das orações das pessoas. Eu recebi mensagens de tanta gente, até de pessoas que não conhecia, de outros países. Isso tudo me deixou muito sensibilizado e fortalecido para reagir”, disse o padre Glauberto Alves.

Padre Glauberto usou ainda os momentos de dificuldade que passou para refletir sobre a importância da vida. “Às vezes a gente, na correria do dia a dia, vai se importando com tantas coisas e aquilo que é essencial, às vezes, a gente não considera tanto”.

Ao lembrar do que viveu, ele ressalta também a necessidade dos cuidados contra a doença. “De fato, o vírus não é brincadeira e ele está aí à solta, né? Então vamos nos cuidar e pedir a Deus que a gente possa superar tudo isso e voltar a conviver com mais segurança com as pessoas que a gente ama”.

Fonte: Diário do Nordeste

miseria.com.br

15.04.2021