A diminuição desse tipo de crime vem sendo percebida desde 2017, quando foram registrados 56 casos durante o ano todo – seis casos a menos que em 2016. Em 2018, o número de ocorrências continuou diminuindo, com 41 registros. E com quatro meses sem nenhum ataque a bancos, 2019 teve a maior queda da série histórica observada, com 14 casos.
Em um dos casos de 2021, no dia 28 de maio, um grupo de criminosos colocou explosivos em uma agência bancária no município de Amontada. Eles chegaram a trocar tiros com policiais militares, mas ninguém ficou ferido. De acordo com informações da Polícia, apesar de explodir o local, o grupo não conseguiu levar nenhuma quantia em dinheiro, mas conseguiu fugir.
Em Piquet Carneiro, no dia 6 de julho, um grupo armado abordou um carro forte na rodovia, retirou funcionários e tentou explodir o cofre. No entanto, não tiveram êxito na ação. A tentativa de roubo é investigada pelas delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e Regional de Senador Pompeu.
“Asfixia econômica” dos grupos criminosos
Para a SSPDS, a “redução é fruto dos trabalhos contínuos das Forças de Segurança, desempenhados por meio de investigações e policiamento ostensivo por equipes da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) e da Polícia Militar do Ceará (PMCE)”.
Por meio de nota, a pasta afirma ainda que a desarticulação de grupos criminosos que atuam nesse tipo de ocorrência e a prisão de chefes desses esquemas nos últimos anos também foram fundamentais para a redução das ocorrências. A prática é coibida por meio da “asfixia econômica” dos grupos, segundo a secretaria.
Rommel Kerth, titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), disse, em entrevista ao O POVO em agosto de 2021, que não existem mais organizações criminosas com foco em ataques a instituições financeiras no Estado. Para ele, as ações das forças de segurança afastaram também criminosos de outros estados.
Além disso, para driblar o contingente menor de agentes de segurança nos municípios do Interior, a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da SSPDS montou bases fixas em Quixadá, Juazeiro do Norte e Sobral. O objetivo é diminuir o tempo de resposta da Polícia em casos de crimes como esse.
Crimes cibernéticos ainda preocupam
O diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários, José Eduardo Rodrigues, reconheceu que esforços na área da segurança têm ajudado a reduzir a quantidade de crimes contra instituições financeiras. Ele também acredita que a diminuição do uso de papel-moeda durante a pandemia tem a ver com o menor registro de casos.
Com o aumento de transações bancárias eletrônicas, o diretor afirma que as instituições bancárias têm se preocupado cada vez mais com ataques cibernéticos. “Em vez de ser esse tipo de crime mais danoso, feito de forma mais espetaculosa junto a sociedade, tem migrado principalmente a outros crimes cibernéticos”, afirma.
O sindicato, que compila dados sobre ataques a agências, explosões de caixas eletrônicos, saidinhas bancárias e outros tipos de crime contra as instituições, não faz acompanhamento dos casos de crimes cibernéticos. O diretor explica que muitas vezes as pessoas nem mesmo denunciam.
José Eduardo pede atenção dos clientes de bancos para golpes feitos pela internet. “Infelizmente, as pessoas caem em promessas muito vantajosas, e aí os criminosos se aproveitam disso”. Ele pede também que os cidadãos sempre procurem bancários quando recebem algum tipo de mensagem ou proposta monetária pela internet relacionada ao banco, para verificar a veracidade das informações.
Fonte: O Povo
miseria.com.br
03.09.2021