Adiantando o tom que vai adotar durante a campanha pela reeleição, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) voltou a culpar governadores pelo descontrole na inflação, que encerrou 2021 com a maior alta em seis anos, em 10%.
Para Bolsonaro, as medidas de restrição adotadas por alguns estados em 2020 para conter a disseminação do coronavírus segue tendo reflexos na economia.
“Como consequência da pandemia e da política do ‘fica em casa, a economia a gente vê depois’, tivemos inflação bastante alta nos alimentos e nos combustíveis. Isso aconteceu no mundo todo, mas no Brasil sofremos menos”, declarou o presidente, em entrevista à rádio Viva FM, do Espírito Santo, nesta segunda-feira (17).
Bolsonaro, no entanto, não mencionou a carta aberta entregue pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na última terça-feira (11).
Ao longo das 15 páginas da carta, Campos Neto explicou os motivos que provocaram a disparada da inflação e porquê não foi possível alcançar a meta de 2021.
Entre os motivos, o Banco Central destacou os preços das commodities, escassez hídrica, desequilíbrio na oferta e demanda, além de gargalos nas cadeias produtivas internacionais. Em nenhum momento o Banco Central citou a adoção de medidas sanitárias como possível causa da alta da inflação.
Nesta segunda-feira, especialistas consultados pelo Banco Central aumentaram também a previsão de inflação para 2022, que passou de 5,03% para 5,09%.
Fonte: O Tempo
miseria.com.br
18.01.2022