Autor Ana Rute Ramires
Em um mês e meio, o Brasil registrou 26 acidentes aeronáuticos em 2025. Foram 11 mortes em sete dos acidentes registrados. Mês passado foi o janeiro com o maior número de acidentes aéreos desde 2015, com 22 casos. Dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB).
O ano de 2024 teve o maior número de mortos em acidentes aéreos desde 2015, quando começou a série histórica com os dados do Cenipa. A queda do avião da VoePass, em Vinhedo, em que 62 pessoas morreram, fez o total do ano passado subir.
Neste sábado, 15, um avião de pequeno porte caiu em um canavial e matou duas pessoas em Quadra (SP). As vítimas eram o piloto, Nelson Ponzoni, de 77 anos, e a esposa, Vivien Bonafer Ponzoni, de 74, proprietários da aeronave de pequeno porte.
Veja número de acidentes aéreos no Brasil de 2015 a 2025
Alguns acidentes aéreos registrados neste ano no Brasil
No dia 9 de janeiro, um avião de pequeno porte caiu em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Aeronave teve problemas durante o pouso, passou do aeroporto e explodiu em uma praia da região. Pessoas que estavam na orla foram atingidas. O piloto morreu.
Um avião de pequeno porte caiu e atingiu um ônibus que passava pela avenida Marquês de São Vicente, na região da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, na manhã último dia 7. Cinco minutos após decolar, o avião se arrastou pela avenida até se chocar com a traseira de um ônibus e explodir.
Um avião saindo do aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), com destino a Fortaleza, bateu em um carro que estava no meio da pista. Após começar o processo de decolagem, acelerando na pista para alçar voo, a aeronave colidiu com a viatura. Os pilotos frearam o avião, que parou antes do fim da pista. Voo foi abortado. Acidente não teve mortes.
Aeronaves de pequeno porte são maioria dos acidentes
Em 13 casos, a operação aérea era agrícola; em oito acidentes, eram viagens privadas. As demais operações registradas este ano eram instrução (2), experimental (2) e táxi aéreo (1).
Este ano, Minas Gerais teve o maior número de acidentes, com cinco casos. Estado é seguido de São Paulo, com quatro casos, e Mato Grosso, com três.
Bahia, Goiás, Pará e Rio Grande do Sul tiveram dois acidentes, cada. Santa Catarina, Paraná, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Roraima e Tocantins registaram um caso, cada.
Principal causa dos acidentes deste ano foram falha ou mau funcionamento do motor, o que foi registrado em nove casos, conforme painel do Cenipa. A ocorrência é seguida de excursão de pista (5), perda de controle em voo (4), operação a baixa altitude (4), perda de controle no solo (3), falha ou mau comportamento de sistema/componente (3) e "outros" (1).
Conforme classificação da Cenipa, um acidente é "toda ocorrência aeronáutica relacionada à operação de uma aeronave tripulada, havida entre o momento em que uma pessoa nela embarca com a intenção de realizar um voo até o momento em que todas as pessoas tenham dela desembarcado "e pelo menos uma das situações abaixo ocorra:
- uma pessoa sofra lesão grave ou venha a falecer como resultado de: estar na aeronave; ter contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que dela tenham se desprendido; ou ser submetida à exposição direta do sopro de hélice, de rotor ou de escapamento de jato, ou às suas consequências.
- a aeronave tenha falha estrutural ou dano que: afete a resistência estrutural, o seu desempenho ou as suas características de voo; ou normalmente exija a realização de grande reparo ou a substituição do componente afetado.
- a aeronave seja considerada desaparecida ou esteja em local inacessível.
opovo.com.br
Cariri Ativo
17.02.2025