Além de Milhã, mais 3 cidades do Ceará podem ‘colapsar’ por falta de água até outubro; veja locais - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Além de Milhã, mais 3 cidades do Ceará podem ‘colapsar’ por falta de água até outubro; veja locais

Além de Milhã, mais 3 cidades do Ceará podem ‘colapsar’ por falta de água até outubro; veja locais

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Legenda: População de Milhã precisa buscar água em baldes devido ao racionamento implantado na cidade
Foto: Kid Júnior

Poços e adutoras são apontadas como principais saídas para manter abastecimento da população.


Escrito por
Nícolas Paulinonicolas.paulino@svm.com.br


A quadra chuvosa de 2025 trouxe alívio para as reservas hídricas de diversas regiões do Ceará. Contudo, embora o Sistema Integrado da Região Metropolitana de Fortaleza esteja com mais de 90% de sua capacidade, há municípios que enfrentam situações críticascomo Milhã, que já implantou um sistema de rodízio. Além dela, mais três cidades podem “colapsar” até o mês de outubro.

São elas: Umari, Ipaumirim e Baixio, na região Centro-Sul do Ceará. A informação foi dada pelo titular da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Fernando Santana, em entrevista à Verdinha FM 92.5, na manhã desta terça-feira (17).

“As três cidades estão juntas clamando muito e muito preocupadas porque o reservatório que abastecia lá secou. A lâmina d'água hoje não dá pra tratar, a água não é mais de qualidade”, aponta o secretário.

O reservatório em questão é o Jenipapeiro II, localizado em Baixio. Com volume para “apenas” 1,66 milhão de metros cúbicos, ele acumula atualmente apenas 4% do total, segundo o Portal Hidrológico do Ceará. Açudes com menos de 5% são enquadrados como “volume morto”.

Para prevenir esse colapso até outubro, de forma paliativa, a SRH está reforçando a perfuração de poços profundos para garantir o abastecimento desses municípios, que é feito pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

Porém, a longo prazo, o secretário afirma que há um projeto em estudo para trazer água do Ramal do Apodi - uma estrutura integrante do Projeto de Transposição do Rio São Francisco (Pisf) -, por meio de uma adutora de 25 km.

“Estamos estudando ela, que tem uma média de valor de quase R$40 milhões. Já conversamos com o Ministério da Integração (e do Desenvolvimento Regional), estamos em planejamento para construirmos essa adutora e resolver o problema das três cidades, imediatamente”, explica.

Contudo, não foram dados prazos para execução dessa adutora.

Racionamento e rodízio

Já no caso de Milhã, no Sertão Central, Fernando Santana estima possibilidade de colapso antes, entre agosto e setembro. A saída para a cidade é a ativação do sistema Banabuiú-Sertão Central do projeto Malha D’Água - um sistema de adutoras -, para atender a região.

O sistema será inaugurado nesta quarta-feira (18), chegando inicialmente para as cidades de Banabuiú, Jaguaretama e Solonópole. Em seguida, as adutoras subterrâneas bombearão a água até a população afetada.

“O Malha D’Água vai resolver o problema de Milhã, por isso a nossa pressa em inaugurar. Queremos chegar lá até 5 de julho”, estima Santana.

Enquanto isso, a população milhaense, de cerca de 14 mil pessoas, se reveza para buscar água em caixas d'água de 5 mil litros instaladas pela Prefeitura Municipal. No dia a dia, se formam filas ao redor das torneiras para encher baldes e vasilhames.

Além disso, na prática, a cidade foi dividida em três para revezar o abastecimento. Alguns locais passam até 6 dias sem água.

Foto aérea da praça central da cidade de Ipaumirim, no Ceará, com árvores, motocicletas e uma estátua central de Padre Cícero
Legenda: Ipaumirim e cidades vizinhas pode passar por dificuldades nas reservas de água, nos próximos meses
Foto: Honório Barbosa

Poços e chafarizes

No fim de maio, com o término da quadra chuvosa, o Comitê Integrado de Segurança Hídrica do Ceará (CISH) se reuniu para discutir medidas emergenciais e estruturantes que garantam o abastecimento de água para os municípios cearenses, especialmente dos mais afetados. 

Para 2025, estão previstas a construção de 300 novos poços e a instalação de 400 chafarizes pela Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra).

Como funciona o Comitê?

O CISH foi criado em 2024 para coordenar ações de enfrentamento aos desafios de abastecimento hídrico no Ceará, especialmente em períodos de seca e estiagem. O grupo tem nove órgãos estaduais e municipais como membros.

Entre as atribuições do grupo, estão: 

  • monitorar as previsões climáticas; 
  • propor obras e serviços emergenciais e estruturantes; 
  • acompanhar e fiscalizar ações de abastecimento; 
  • articular esforços entre governos estadual, federal e municipal. 

O Comitê tem reuniões quinzenais e busca dar respostas rápidas às demandas hídricas do estado.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

18.06.2025