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Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra a entrar na Academia Brasileira de Letras em 128 anos

Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra a entrar na Academia Brasileira de Letras em 128 anos

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Legenda: Ana Maria Gonçalves escreveu o livro "Um defeito de cor"
Foto: Divulgação

Escritora mineira, agora imortal da ABL, ficou conhecida pelo livro "Um Defeito de Cor", publicado em 2007.


Escrito por
Beatriz Rabelobeatriz.rabelo@svm.com.br

Quase duas décadas após publicar a prestigiada obra "Um Defeito de Cor", a escritora Ana Maria Gonçalves foi eleita a nova integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Com isso, ela se tornou a primeira mulher negra a fazer parte da instituição em 128 anos. Esse pioneirismo é fruto de uma jornada dedicada a debater questões raciais por meio da literatura. 

O resultado da eleição ocorreu nesta quinta-feira (10), com Ana Maria recebendo 30 votos de um total de 31. Conforme a ABL, a escritora ocupará a cadeira 33, vaga do falecido Evanildo Bechara (1928–2025).

O livro de Ana Maria venceu o Prêmio Casa de las Américas, em 2007, e foi inserido no sétimo lugar de uma lista de 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência, organizada pela Folha de S.Paulo. 

Imagem da capa do livro Um Defeito de Cor da Ana Maria Gonçalves, primeira mulher negra a ingressar na ABL em 128 anos
Legenda: Livro "Um Defeito de Cor" aborda questões raciais no Brasil
Foto: Divulgação

"A memória é mesmo o mais generoso dos retratistas", escreveu Ana Maria na obra que já é considerada por muitos pesquisadores como um dos clássicos da literatura brasileira. Ela ocupa um lugar de relevância ao lado de nomes como Carolina Maria de Jesus, autora de "Quarto de Despejo", e Conceição Evaristo, que escreveu "Olhos D'Água". 

O que o livro 'Um Defeito de Cor' fala?

O livro "Um Defeito de Cor" conta a saga de Kehinde, uma mulher negra sequestrada no Reino do Daomé, na África, aos oito anos. A jovem é levada ao Brasil e passa a ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia. 

Sendo um retrato cru de um período histórico brasileiro, o livro narra com detalhes a jornada de Kehinde entre a captura e o trabalho forçado, mostrando as desilusões e os sofrimentos da protagonista. No entanto, a narrativa também aborda os amores e aponta um caminho de possibilidades para a jovem.

O livro mostra como Kehinde consegue sua carta de alforria e, ao retornar para África, torna-se uma empresária bem-sucedida. 

Qual é a história de Ana Maria Gonçalves?

A escritora mineira Ana Maria Gonçalves, de 55 anos, é também dramaturga e roteirista. Em sua trajetória, atuou focando em debates sobre a literatura e as questões raciais

Ela atua ainda como professora de escrita criativa e curadora de projetos culturais. Além disso, foi residente em instituições como Tulane, Stanford e Middlebury, nos Estados Unidos. 

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

11.07.2025