Estudo inédito da Uece destaca impacto das fake news sobre vacinação na mortalidade por covid - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
Anúncio

Estudo inédito da Uece destaca impacto das fake news sobre vacinação na mortalidade por covid

Estudo inédito da Uece destaca impacto das fake news sobre vacinação na mortalidade por covid

Compartilhar isso

 

Enquanto o Brasil enfrenta uma baixa adesão à vacina contra a gripe, com apenas 41% do público prioritário imunizado, e o mundo observa uma preocupante redução na vacinação infantil contra doenças graves, um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) reforça o impacto da desinformação nesse cenário.

A pesquisa “Impacto das Fake news sobre vacinação na mortalidade por Covid-19: uma análise epidemiológica no Brasil”, publicada na Revista de Enfermagem da UFPI, analisou dados entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, identificando uma correlação significativa entre a circulação de fake news sobre vacinas e a mortalidade por Covid-19 no Brasil. “Isso quer dizer que, nos meses em que mais circularam fake news sobre vacinas, também foram registrados mais óbitos pela doença no Brasil e, à medida que diminuiram as fake news, as mortes também diminuiram”, explica a jornalista e autora principal do artigo, Adriana Rodrigues.

Embora a hesitação vacinal não seja provocada exclusivamente pela desinformação, o estudo mostra que a propagação de notícias falsas pode comprometer a decisão da população quanto à vacinação, agravando quadros clínicos e levando, inclusive, à morte. “Outros estudos já apontavam os impactos das fake news na vacinação, mas este é o primeiro que estabelece uma correlação direta entre desinformação e mortalidade”, ressalta a professora da Uece e orientadora da pesquisa, Thereza Magalhães.

Para a análise, os dados foram coletados nas plataformas do Ministério da Saúde e das agências de checagem Lupa e Aos Fatos. Segundo Adriana Rodrigues, os resultados revelam o quanto a desinformação pode comprometer a saúde pública. “Isso mostra que as fake news impactaram negativamente a saúde coletiva, influenciando decisões individuais e fragilizando a confiança nas medidas de prevenção, entre elas, a vacinação.”

A pesquisadora também expressa preocupação com o momento atual. “Já circulam fake news que associam a vacina da gripe a mortes no Rio de Janeiro ou que afirmam que ela reduz a expectativa de vida. A baixa adesão da população neste momento pode ser uma consequência direta dessas falsas informações.”

Outra conclusão do estudo aponta que a cobertura vacinal, por si só, não apresentou correlação estatisticamente significativa com a mortalidade, sugerindo a necessidade de investigar outros fatores que possam estar influenciando esses resultados.

Diante dos achados, os autores reforçam a urgência em combater a desinformação e investir em estratégias de comunicação que promovam a confiança na ciência e nas instituições de saúde. O estudo também destaca a importância de políticas públicas voltadas ao enfrentamento das fake news e ao incentivo à adesão às campanhas de vacinação, fundamentais para prevenir surtos de doenças evitáveis.

Além de Adriana Rodrigues e de Thereza Magalhães, assinam também o estudo o coorientador, professor Thiago Garces, Roberta Duarte Maia Barakat, Sara Raquel de Melo Ferreira, Naara Régia Pinheiro Cavalcante e Virna Ribeiro Feitosa Cestari, vinculados ao Grupo de Pesquisa Epidemiologia, Cuidado em Cronicidades e Enfermagem (Grupecce).

O artigo é derivado de dissertação de Mestrado da autora principal, pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC/Uece).

Clique aqui para acessar o artigo.

Ascom Uece - texto
Thiago Gaspar - Casa Civil - foto

Cariri Ativo

02.07.2025