Corte avalia que líder americano alimenta narrativa de perseguição do ex-presidente brasileiro.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), avaliam nos bastidores que veem risco de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro para os Estados Unidos com apoio do presidente americano Donald Trump, segundo informações do jornal Folha de São Paulo.
Os juízes acreditam que o mandatário americano cria, a partir de uma defesa pública a Bolsonaro, uma narrativa internacional que dá sustentação para um possível pedido de asilo por parte do ex-presidente.
Ministros da corte dizem que medidas de taxação por parte do governo americano aumentam o desconforto relacionado ao caso
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, os próprios aliados do líder bolsonarista dizem que ele está em “pânico” diante da possibilidade de prisão, julgada na ação penal por tentativa de golpe de Estado que tramita no STF.
Bolsonaro é réu no processo e está inelegível até 2030, mas pode ser alvo de novas ordens de prisão preventiva, caso avance nas investigações sua ligação na trama golpista de 2022.
A carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um novo elemento nesse contexto, onde o líder americano chama o processo de “vergonha interna", e afirma que “este julgamento não deveria estar acontecendo” e que deveria “acabar imediatamente”.
Defesa pública
O presidente americano tem se manifestado nos últimos dias a favor de Bolsonaro. Na quarta-feira (9), Trump voltou publicar em sua rede social, a Truth Social, uma mensagem defendendo o ex-presidente, pedindo que “deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz”.
O republicano chama o processo de “caça às bruxas”, uma referência às próprias denúncias que sofreu após o fim do seu primeiro mandato. As novas críticas vieram três dias depois da primeira manifestação por parte de Trump, afirmando que Bolsonaro está sendo perseguido por ter “lutado pelo povo”.
Precedente
Para os ministros do Supremo, Bolsonaro já demonstrou, em outras ocasiões, disposição de deixar o país diante do avanço das investigações relacionadas a ele, como em dezembro de 2022, quando o ex-presidente viajou aos EUA e permaneceu lá por três meses após a derrota eleitoral.
Na época, ele justificou a saída por “pressentir” que poderia enfrentar problemas no Brasil. Já em 2024, após ter o passaporte apreendido, Bolsonaro dormiu por duas noites na embaixada da Hungria, país do presidente de extrema-direita Victor Orban.
O indício mais recente é a atuação do seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente vive nos Estados Unidos e se autodeclara “deputado em exílio”.
O deputado licenciado vem fazendo articulações com congressistas republicanos para que sejam aplicadas sanções contra o relator do processo de tentativa de golpe, o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, que permite punir autoridades por violações de direitos humanos.
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Cariri Ativo
11.07.2025