Agro do Ceará projeta vender 600 toneladas de pescado e água de coco ao Governo para enfrentar tarifaço - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Agro do Ceará projeta vender 600 toneladas de pescado e água de coco ao Governo para enfrentar tarifaço

Agro do Ceará projeta vender 600 toneladas de pescado e água de coco ao Governo para enfrentar tarifaço

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Legenda: A compra direta de alimentos exportados é uma das ações do Governo do Ceará para auxiliar as empresas do Estado durante o tarifaço americano
Foto: José Leomar / SVM

O setor é um dos mais prejudicados pelas tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump


Escrito por
Letícia do Valeleticia.dovale@svm.com.br


O Governo do Ceará deve comprar cerca de 300 toneladas de água de coco e 300 toneladas de pescado de empresas cearenses exportadoras afetadas pelo tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A projeção é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, que participou da coletiva de lançamento da XIX edição do Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel), realizada nessa segunda-feira (25), na sede do Sebrae, em Fortaleza.

A iniciativa faz parte do pacote de medidas do Governo para reduzir os impactos do tarifaço na economia cearense, divulgado na última quinta-feira (21). Além da compra direta de alimentos exportados, essas ações envolvem: 

  • Aquisição de crédito de exportação para as empresas;
  • Redução dos encargos financeiros do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI);
  • Subvenção econômica para empresas manterem seus negócios com os EUA.

Diário do Nordeste entrou em contato com a Casa Civil e com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) em busca de esclarecimentos sobre a negociação em andamento, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Caso haja manifestação dos órgãos, este conteúdo será atualizado.

Exportações precisam ser mantidas, diz Faec 

Atualmente, o agronegócio e o setor calçadista cearense são os mais impactados pelas tarifas impostas desde o último dia 8 de agosto. Os chamados peixes vermelhos, como pargo e cioba, são as principais espécies exportadas pelo Ceará para os Estados Unidos.

Segundo Amílcar, a maior parte das 300 empresas cearenses beneficiadas pelo pacote de medidas governamentais pertence ao agro do Estado.

De acordo com ele, as cadeias produtivas de mel, água de coco, pescado, cera de carnaúba e castanha de caju as mais prejudicadas pelo tarifaço. A ideia é que a compra de produtos seja feita de maneira proporcional ao que as empresas exportam. 

Além dessa ação, o presidente da Faec destaca a importância das empresas afetadas receberem os créditos de exportação por parte do Governo.

“A nossa preocupação é, inclusive, que essas empresas não deixem de exportar, porque é um mercado complexo, americano, que nós não podemos perder. Eu avalio que isso (tarifaço) será um negócio momentâneo. Então a gente precisa receber (o crédito do ICMS) para poder mandar (as exportações)”, afirma. 

Até o momento, o governo também não informou os valores de créditos tributários a serem comprados. 

O preço da água de coco baixou?

água de coco é um dos produtos cuja exportação para os Estados Unidos está taxada em 50%. Nesse contexto de altas tarifas e a possível tentativa de escoar, para o mercado interno, a produção anteriormente exportada, alguns consumidores relatam uma movimentação de baixa de preço na água de coco. 

No entanto, Amílcar descarta a possibilidade de redução do custo. Segundo ele, uma eventual queda teria efeitos negativos sobre a cadeia produtiva, impactando especialmente os pequenos produtores.

“O que nos preocupa é que o produtor rural não perca o preço de venda dele. Então nós estamos entrando em contato, para não deixar de exportar, para não demitir e não baixar o preço do produtor. Ela (a empresa) não pode se aproveitar nesse momento”, observa 

Encontro do setor de Leite deve movimentar R$ 5 milhões em Quixadá

O evento teve como finalidade apresentar a XIX edição do Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados, que será realizado entre os dias 11 e 13 de setembro, em Quixadá. O objetivo, segundo a organização, é levar informação e capacitação aos pequenos produtores da região.

Segundo o prefeito de Quixadá, Ricardo Silveira, a expectativa é de que o encontro gere uma movimentação entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões no município durante os três dias de programação. A cidade deve receber cerca de 8 mil visitantes no período.

As informações foram compartilhadas durante coletiva de imprensa, nessa segunda-feira (25). 

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

26.08.2025