De grãos a combustíveis: o que a Transnordestina vai transportar quando estiver em operação - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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De grãos a combustíveis: o que a Transnordestina vai transportar quando estiver em operação

De grãos a combustíveis: o que a Transnordestina vai transportar quando estiver em operação

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Legenda: Para o coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Fiec, Heitor Studart, o transporte de grãos pela Transnordestina trará grandes benefícios para a economia cearense
Foto: Kid Junior

Carga entre o Piauí e o Ceará deve começar a ser transportada em outubro, ainda em fase de testes.


Escrito por
Letícia do Valeleticia.dovale@svm.com.br


Transnordestina irá transportar grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis, minério e outros itens para 53 municípios nordestinos. Com 1.206 quilômetros (km) de extensão em linha principal, a ferrovia parte de Eliseu Martins, no Piauí, e segue em direção ao Porto do Pecém, no Ceará, onde a obra contempla 28 municípios e apresenta 608 km. 

A expectativa é que o projeto favoreça a integração da produção e o desenvolvimento dos negócios locais, além de dinamizar a economia do Nordeste e projetar o Brasil para mercados mundiais.

Segundo o coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Heitor Studart, a ferrovia deve promover um aumento anual de cerca de 400 navios no Porto do Pecém. 

Saiba as mercadorias mais movimentadas em cada região da Transnordestina

A Transnordestina contará com uma série de pátios intermodais, com o objetivo de organizar a concentração e o despacho das cargas. Confira, a seguir, onde estarão localizadas essas estruturas e as principais mercadorias movimentadas, segundo estudos técnicos e econômicos de especialistas pelo traçado da ferrovia

1. Eliseu Martins (PI): grande polo de minérios;

2. Simplício Mendes (PI): encontra a rodovia BR-020 e concentra cargas de grãos, soja, milho e algodão; 

3. Trindade (PE): divisa com o Piauí, também é uma zona de grãos, além de fruticultura; 

4. Salgueiro (PE): divisa com o Ceará, apresenta grande movimentação de minérios;

5. Missão Velha (CE): concentra a vocação agrícola e industrial da região do Crajubar, como fruticultura;

6. Iguatu (CE): outro grande polo econômico do interior do Ceará, também agrega, além do agronegócio, o setor de rações, por ser uma bacia leiteira importante;

7. Quixeramobim (CE): uma das bacias leiteiras cearenses, apresenta um grande polo de rações, grãos, milho e soja; 

8. Baturité (CE): polo econômico da região do Maciço, com vocação para grãos e fruticultura;

9. Maranguape (CE): Região Metropolitana de Fortaleza (RMF),  inclui a maior parte do parque industrial cearense, assim como pontos fundamentais de origem e destino das rodovias federais estruturantes do Estado.

Como o transporte ferroviário impacta a economia cearense

Segundo o coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Fiec, Heitor Studart, o transporte ferroviário chega a ser até 30% mais barato que o rodoviário. Ele explica que um vagão corresponde a, aproximadamente, quatro caminhões. 

Assim, um trem convencional, com 70 vagões, pode substituir até 280 caminhões. Com essa alta capacidade de carga, a tendência é que o custo do transporte das mercadorias diminua. 

Nesse cenário, o especialista destaca o impacto do transporte de grãos no Ceará por meio da Transnordestina. “Nós temos um grande polo leiteiro aqui, a parte agrícola do agronegócio, um grande polo avícola, e tudo isso é abastecido por grãos. Hoje nós somos, talvez no Nordeste, o segundo estado em produção de rações, que vão desde ração para pets até para gado, cavalo, granja, peixe, camarão. Então, toda essa parte terá o privilégio de receber essas cargas com preços menores”, destaca. 

Outra vantagem do transporte ferroviário apontada por Heitor é relacionada à segurança. “O combustível (do transporte rodoviário) é muito mais perigoso do que transporte ferroviário ou de navio, porque, se um caminhão bate, pega fogo, explode”, sugere. 

Para ele, o projeto garante não só o não desabastecimento de mercadorias, mas também preços mais competitivos, maior possibilidade de geração de empregos, incentivo à produção dos pequenos e médios produtores e integração econômica. “Hoje nós temos várias macro e microrregiões do interior cearense que não tem como escoar sua safra, porque não tem acesso a um porto”, indica. 

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

26.08.2025