Ministro da Fazenda diz que há espaço para negociação com governo Trump em meio ao tarifaço contra o Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou durante entrevista nesta segunda-feira (4), que o Brasil pode discutir a exploração de terras raras com os Estados Unidos em meio às negociações do tarifaço de 50% imposto pelo governo norte-americano contra o Brasil. As declarações foram dadas ao canal BandNews TV.
"Nós temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes, na área tecnológica", afirmou na entrevista.
Para o ministro, “se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral e, sobretudo, de investimentos estratégicos”, reforçando o setor de data centers como um segmento que também pode ser explorado em conjunto pelos dois países, pois o país detém grande oferta de energia para o funcionamento dos centros de processamento e armazenamento de dados.
"A gama de setores em que interessa o Brasil, uma parceria com os Estados Unidos, é enorme. Outra coisa importante, nós não queremos que só a China, ou que a União Europeia invista no Brasil. Nós queremos que os Estados Unidos invistam também. Nós somos um país grande demais para servir de satélite de um bloco econômico, seja asiático, europeu ou estadunidense. Nós precisamos diversificar cada vez mais", disse Haddad.
O interesse dos EUA nas terras raras brasileiras não é novo, já que o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, se encontrou com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração há alguns dias atrás, e afirmou que os EUA está interessado em realizar acordos com o Brasil para a aquisição de minerais considerados estratégicos.
As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados em abundância em vários países. Eles são utilizados na fabricação de smartphones e televisores a câmeras digitais e LEDs, e a maior concentração desses materiais se encontra na China e no Brasil, que tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).
Esses elementos são usados para as mais diversas finalidades devido a sua durabilidade, com foco no uso em tecnologia, mas também em turbinas eólicas e veículos elétricos, aviões de caça, submarinos e equipamentos com telêmetro a laser. O uso mais importante dessas substâncias está na fabricação de ímãs permanentes.
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Cariri Ativo
05.08.2025