Segundo a Polícia, o empresário atirou em Laudemir após discutir com a motorista do caminhão de lixo
O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, após uma discussão de trânsito em Belo Horizonte, Minas Gerais, disse que a vítima “teve a infelicidade de falecer”. A declaração foi dada durante audiência nesta quarta-feira (14).
O suspeito foi preso em uma academia horas após o crime. A arma usada pertencia à esposa do suspeito, que é delegada da Polícia Civil de Minas Gerais.
Segundo a Polícia, o empresário atirou em Laudemir após discutir com a motorista do caminhão de lixo. Ele exigiu que fosse liberado espaço na rua para que ele pudesse passar com seu carro, um veículo elétrico do modelo BYD.
Na audiência desta quarta, ao relatar sua rotina naquele dia, Renê disse: “Cheguei da academia 14h10, deve estar nas câmeras da academia. Adentrando a academia no elevador, no outro elevador estavam os policiais com a advogada da empresa, acredito que o rapaz que teve a infelicidade de falecer”.
O crime foi registrado na manhã da segunda-feira (11). A vítima estava trabalhando.
EMPRESÁRIO RECLAMA DA SITUAÇÃO NA PRISÃO
Ainda durante a audiência, Renê disse ao juiz que teria passado por uma “situação constrangedora” no Centro de Remanejamento Gameleira, onde está detido. Além disso, afirmou que faria uma reclamação diretamente ao secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco. A informação e do jornal O Globo.
“A situação está boa, mas só teve uma situação ontem [dia 12] que foi um pouco constrangedora. Eu tenho o nome da pessoa que pediu para eu agachar três vezes quando eu saí da cela [...] Eu li o nome dessa pessoa. Foi na tarde de ontem. E eu inclusive falei para ele: 'Eu conheço o Greco e vou falar com ele depois que eu sair daqui, por causa disso'”, relatou Renê.
- Rogério Greco negou que tenha qualquer tipo de relação com o empresário, em nota ao O Globo.
QUEM É RENÊ JUNIOR?
Em seu perfil do Instagram, com cerca de 28 mil seguidores, Renê Júnior se apresenta como "Christian, husband, father & patriot", que em tradução para português significa: cristão, marido, pai e patriota. Em outro perfil profissional, ele se intitula como CEO da empresa Fictor Alimentos.
Em nota, a Fictor Alimentos LTDA afirmou que Renê era prestador de serviços da empresa há cerca de duas semanas e foi desligado. Já a Fictor Alimentos S/A negou qualquer vínculo empregatício com ele.
Renê é marido de Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, delegada da Polícia Civil, e atualmente lotada na Casa da Mulher Mineira. A delegada foi levada pela Corregedoria e se tornou alvo de investigação, após Renê informar em depoimento que a arma do crime era dela. Ana Paula não estava no veículo no momento da discussão com o gari.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou o procedimento disciplinar e inquérito para apurar a conduta da delegada e afirmou que outras informações serão divulgadas posteriormente.
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Cariri Ativo
18.08.2025