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Secretário aponta PCC como responsável pela morte de ex-delegado em SP

Secretário aponta PCC como responsável pela morte de ex-delegado em SP

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Legenda: Secretário de Segurança de São Paulo falou sobre prisão de mulher e de foragidos.
Foto: Divulgação/SSP-SP.

Guilherme Derrite afirmou que não "resta dúvida" sobre envolvimento da facção no assassinato de Ruy Ferraz Fontes


Escrito por
João Lima Netojoao.lima@svm.com.br


A investigação sobre a morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes aponta para a participação direta da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo destacou o secretário de segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, em coletiva de imprensa, na manhã dessa quinta-feira (18).

'Ele afirmou que "não resta dúvida" sobre o envolvimento do crime organizado no crime.

A motivação, no entanto, continua em aberto, com duas linhas principais de investigação sendo apuradas: uma possível retaliação por sua longa carreira no combate a facções ou a atuação de Ruy recente como secretário municipal em Praia Grande.

Veja coletiva:

Segundo o secretário, a certeza da participação do PCC se consolidou com a identificação de um dos suspeitos, conhecido como Mascherano, um membro com histórico de inteligência que o aponta como pertencente à organização criminosa.

Em publicação no Instagram, Derrite postou fotos dos suspeitos de terem participado pelo crime: Flávio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva e alertou que ambos estão sendo procurados pela Polícia e com mandados de prisão temporários expedidos.

Flávio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva são procurados por participação no assassinato de Ruy Ferraz Fontes.
Legenda: Flávio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva são procurados por participação no assassinato de Ruy Ferraz Fontes.
Foto: Divulgação.

Eles foram colocados na cena do crime por meio de exames periciais no veículo abandonado pelos executores. A polícia está em busca ativa dos dois.

Duas linhas de investigação

As autoridades trabalham com duas hipóteses centrais para o crime:

  1. Retaliação pela carreira: Uma das possibilidades é que a execução tenha sido uma vingança pela atuação histórica de Ruy em investigações complexas contra o crime organizado. Esta não seria a primeira vez que o delegado seria alvo da facção. Em 2011, ele sofreu uma tentativa de atentado planejada pelo PCC, que foi frustrada pela polícia. Na ocasião, criminosos foram presos em flagrante com um fuzil e confessaram que o objetivo era executar o então delegado.
     
  2. Atuação como Secretário Municipal: A segunda linha apura se o crime está relacionado à gestão de Ruy na prefeitura de Praia Grande, onde ele era responsável por contratos públicos. A polícia investiga a possibilidade de que Ruy tenha descoberto um esquema fraudulento em licitações envolvendo o crime organizado. Essa hipótese se alinha a outras operações recentes que revelaram a tentativa do PCC de lavar dinheiro por meio de contratos públicos em setores como transporte e postos de combustíveis

Mulher presa foi guiada por videochamada para pegar fuzil

A investigação avançou com a prisão de uma mulher que teve participação logística no crime. Em depoimento de quase sete horas, ela confessou que recebeu a "missão" de buscar um pacote um dia após a execução.

Ela viajou da casa, em Diadema, até um local na Praia Grande, onde, guiada por videochamada, recolheu um fuzil que os indícios apontam ter sido usado no crime.

A suspeita, que é dependente química e tem passagem por tráfico de drogas, alegou em depoimento que sabia estar transportando a arma. Ela entregou o fuzil em sua residência, em Diadema, a um homem que a contratou, mas forneceu apenas um apelido "carinhoso", dificultando a identificação do mandante.

A polícia acredita que ela saiba quem é a pessoa, mas está dando "informações desencontradas".

As diligências seguem de forma ininterrupta, com dezenas de pessoas entrevistadas e oito mandados de busca já cumpridos. A investigação também não descarta o envolvimento de outras lideranças da facção, como o traficante conhecido como "Azul" ou "Colorido", que deixou um presídio federal recentemente.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

19.09.2025