Os dados constam na Pesquisa Pecuária Municipal
O local, que no passado foi maior produtor nacional, teve uma queda brusca na produção do peixe nos últimos 10 anos, mas está mudando esse cenário.
No ano passado, Jaguaribara produziu 8,74 mil toneladas de tilápia, 35,8% a mais do que em 2023, colocando o município como o 14º maior produtor do País. A crescente de produção no município vem nos últimos cinco anos, aumentando 644,5% desde 2019.
As informações constam na Pesquisa Pecuária Municipal de 2024 (PPM), pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No levantamento específico da produção de tilápia, o recorte começa em 2013, ano em que Jaguaribara era a maior produtora do Brasil do peixe.
O auge foi atingido em 2014, quando o município produziu 16,92 mil toneladas de tilápia. Orós, também na região do Vale do Jaguaribe, foi o segundo maior produtor nacional, com 6,28 mil toneladas. Alto Santo, outro cearense, era o sexto.
Desde aquele ano até 2019, os municípios cearenses passaram por um declínio considerável. O maior tombo foi entre 2015 e 2016 em Jaguaribara. Em 2017, foram somente 1,86 mil toneladas produzidas no local e, em 2019, 1,17 mil.
A partir de 2019, ainda no pré-pandemia, foi retomado o crescimento da produção de tilápia nos municípios cearenses. A maior alta desde a pandemia foi no comparativo entre 2022 para 2023, quando quase dobrou a produção em Jaguaribara.
A 'Capital Nacional da Tilápia' é Nova Aurora, no interior do Paraná. Entre 2017 e 2022, o município foi o maior produtor do País, mas há dois anos, Morada Nova de Minas (MG) assumiu o posto. No ano passado, a cidade mineira produziu 30 mil toneladas de tilápia, 6% de toda a produção nacional
Antigo vice-líder nacional, Ceará volta a crescer na atividade
A tilapicultura, como é chamada a criação de tilápias, no Ceará, já foi a segunda maior do Brasil. Em 2013, o Estado só ficava atrás do Paraná na produção dos peixes, com mais de 30,6 mil toneladas produzidas.
Agora, a produção é menos da metade desse total: 14,5 mil toneladas no ano passado. Ainda assim, é uma alta de 26,8% na comparação com 2023, quando foram produzidas 11,4 mil toneladas.
O pior ano do Estado foi em 2019. Naquele ano, só 5,8 mil toneladas foram produzidas no Ceará. Em cinco anos, portanto, o salto na produção do peixe em território cearense foi de aproximadamente 150%.
O Ceará ficou em 2024 na oitava posição no País e em segundo no Nordeste, atrás somente de Pernambuco, que também lidera a produção de galinhas e ovos na região.
Nacionalmente, a liderança se mantém com o Paraná, com mais de 190,5 mil toneladas produzidas. São Paulo (67 mil toneladas) e Minas Gerais (58,4 mil toneladas) aparecem na sequência.
Que razões explicam a retomada da tilapicultura no Ceará?
A tilápia é um dos principais peixes de água doce criados no Estado, com vários açudes e rios sendo repovoados com alevinos (filhotes de peixes), em estratégia conhecida como peixamento.
Em abril deste ano, somente no açude Lima Campos, em Icó, 100 mil alevinos foram entregues, de acordo com informações da Secretaria da Pesca e Aquicultura do Ceará. No Castanhão, maior açude do Estado, também é crescente a tilapicultura, mirando a liderança nacional já ostentada no passado na região.

Projetos hídricos em curso, como o eixo Norte da transposição do rio São Francisco e a conclusão do Ramal do Salgado, trazem aportes de água importantes para a região do Castanhão, o que também contribui para a retomada da tilapicultura nos municípios nos arredores do açude.
"A Secretaria da Pesca e Aquicultura trabalha em um processo de reordenamento da piscicultura e, aliado aos últimos bons invernos e a algumas adaptações tecnológicas, vem conseguindo retomar o desenvolvimento desta atividade", explica a pasta.
Veja a lista dos municípios que mais produzem tilápia no Brasil:
Município | Posição | Tamanho da produção (em toneladas) | Valor da produção (em R$) |
Morada Nova de Minas (MG) | 1º | 30 mil toneladas | R$ 255 milhões |
Nova Aurora (PR) | 2º | 23,3 mil toneladas | R$ 212 milhões |
Jatobá (PE) | 3º | 16 mil toneladas | R$ 208 milhões |
Palotina (PR) | 4º | 15,2 mil toneladas | R$ 136,8 milhões |
Assis Chateubriand (PR) | 5º | 14,7 mil toneladas | R$ 133,7 milhões |
Toledo (PR) | 6º | 14 mil toneladas | R$ 126 milhões |
Terra Roxa (PR) | 7º | 10,5 mil toneladas | R$ 94,6 milhões |
Rifaina (SP) | 8º | 10 mil toneladas | R$ 95 milhões |
Nova Santa Rosa (PR) | 9º | 9,9 mil toneladas | R$ 89,5 milhões |
Selvíria (MS) | 10º | 9,7 mil toneladas | R$ 89,6 milhões |
Maripá (PR) | 11º | 9,61 mil toneladas | R$ 86,4 milhões |
Petrolândia (PE) | 12º | 9,60 mil toneladas | R$ 134,4 milhões |
Cafelândia (PR) | 13º | 9,3 mil toneladas | R$ 85 milhões |
Jaguaribara (CE) | 14º | 8,74 mil toneladas | R$ 94,4 milhões |
Rubinéia (SP) | 15º | 8,71 mil toneladas | R$ 71,5milhões |
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Cariri Ativo
09.10.2025