Sargento é expulso da PM após ser fotografado em motim no Ceará - Cariri Ativo - A Notícia Com Credibilidade e Imparcialidade
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Sargento é expulso da PM após ser fotografado em motim no Ceará

Sargento é expulso da PM após ser fotografado em motim no Ceará

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Legenda: O processo criminal segue em andamento.
Foto: Arquivo DN/José Leomar.

A sanção máxima administrativa foi publicada no Diário Oficial do Estado.


Escrito por
Emanoela Campelo de Meloemanoela.campelo@svm.com.br


O sargento Arildson de Souza Loureiro foi expulso da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O policial foi fotografado em cima de um carro de som, ao lado de outros agentes participando do motim no 18º Batalhão, no ano de 2020, em Fortaleza.

A sanção máxima administrativa foi publicada pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) no Diário Oficial do Estado (DOE) dessa terça-feira (29).

A Defesa do sargento disse que "recebeu com surpresa a decisão da CGD, que decidiu pela expulsão do Militar dos quadros da PMCE, notadamente, por ser uma decisão injusta, pois, o militar tem histórico funcional irrepreensível e durante o período do movimento paredista de parte da Tropa da PMCE, no ano de 2020, o Sgt PM Loureiro, trabalhou normalmente, não apresentou qualquer falta injustificada ao serviço, logo, tal conduta, não se amolda aquela de quem paralisou as atividades e se aquartelou, rompendo as balizas da hierarquia e disciplina que regem a carreira dos militares Estaduais".

"A defesa logo que intimada formalmente da decisão, adotará todas as medidas judiciais cabíveis para reestabelecer o status quo anterior do Militar, convicta de que a verdade dos fatos prevalecerá, e a decisão injusta será dissipada"
Francisco José Sabino Sá
Advogado da ASPRA

Arildson foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) neste ano. A Vara da Auditoria Militar aceitou a acusação e agora existe uma audiência com oitiva de testemunhas agendada para acontecer em janeiro de 2026.

Ao aplicar a expulsão, a CGD destacou que "tal comportamento revela-se absolutamente incompatível com a condição de praça integrante da Polícia Militar do Ceará, comprometendo a confiança, a disciplina e a hierarquia que constituem a essência da vida castrense".

"Desse modo, resta plenamente demonstrada a incapacidade moral do acusado para permanecer nos quadros da Corporação, impondo-se, como medida necessária e proporcional, a aplicação da penalidade máxima prevista em lei, não apenas para resguardar a hierarquia e a disciplina, mas também para preservar a credibilidade institucional e o prestígio da Polícia Militar do Ceará perante a sociedade que lhe incumbe proteger"
CGD

AO LADO DE CABO SABINO

Documentos obtidos pela reportagem apontam que o sargento foi indiciado e denunciado após publicações de reportagens do Diário do Nordeste com fotos dele ao lado do policial militar Flávio Alves Sabino, o Cabo Sabino, no 18º BPM durante o motim.

Cabo Sabino também foi expulso da Corporação, em 2021. 

motim de policiais militares no 18bpm, antonio bezerra, em 2020
Legenda: A publicação do Diário do Nordeste foi usada para comprovar a participação do suspeito no movimento
Foto: Reprodução

"Nas imagens, é possível observar o militar Arildson de Souza Loureiro em cima de um carro de som, ao lado do líder do motim, Flávio Alves Sabino, que foi recentemente submetido a Conselho de Disciplina nesta CGD, resultando em sua demissão no ano de 2021. Também estavam presentes outros representantes políticos da categoria", segundo o MP.

A Controladoria destaca que o motim "ocasionou graves reflexos na segurança pública e afronta direta aos princípios militares da hierarquia e da disciplina" e que "restou plenamente demonstrado que o aconselhado praticou as transgressões disciplinares"

"Impõe-se reconhecer a incapacidade moral do 3º Sargento PM Arildson para permanecer no serviço ativo. A expulsão, nesse contexto, configura-se não apenas como a sanção legalmente prevista, mas como a única medida adequada, necessária e proporcional para resguardar a dignidade da Corporação, manter a confiança institucional e proteger o interesse público, assegurando a autoridade da Polícia Militar do Ceará como instituição essencial à preservação da ordem pública e da paz social", disse a CGD.

ALTA NOS HOMICÍDIOS

Em 2020, o motim contou com a participação de milhares de militares e durou 13 dias, entre 18 de fevereiro e 1º de março. 

O Ceará registrou 312 mortes mortes violentas durante o motim realizado por parte de policiais militares, entre os dias 19 de fevereiro e 1º de março.

Conforme a SSPDS, as mortes violentas que ocorreram entre os dias 19 e 29 do mês passado correspondem a 63,4% de todos os assassinatos de fevereiro. O motim foi encerrado somente no dia 1º de março, quando foram registradas mais 23 mortes.

Na época, os agentes reclamavam da proposta de reestruturação salarial que começou a tramitar na Assembleia Legislativa do Ceará e começaram a se amotinar em batalhões da Capital e do Interior.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

31.10.2025