A coordenadora da Sesa ressalta que a Covid é uma doença que segue presente no cotidiano do país.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, a coordenadora de Imunização da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Ana Karine Borges, afirma que a cobertura dessa imunização é considerada baixa. “Nós temos um percentual que ainda é bem inferior ao desejável para alcançar a meta, principalmente em crianças que não fizeram nenhuma dose da vacina”, diz.
Conforme o Ministério da Saúde, o esquema vacinal da Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias é composto por duas doses do imunizante monovalente, aplicadas com quatro semanas de diferença. Para crianças a partir de 5 anos, o protocolo é completo com apenas uma dose.
“Uma vez que ela tem o esquema completo, ela não precisa fazer doses de reforço. Ela já fica apta para o resto da vida”, destaca Ana Karine. A exceção são as crianças que fazem parte de grupos prioritários, como imunocomprometidas e com deficiência permanente, que devem receber uma dose anual.
No Ceará, até o início do mês de setembro, a maioria das vacinas infantis ainda não atingiu a meta de cobertura estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Entre os motivos que explicam esse dado estão o aumento da desinformação sobre os imunizantes e, no caso da Covid-19, a hesitação vacinal.
A coordenadora da Sesa ressalta que a Covid é uma doença que segue presente no cotidiano do país e que bebês, crianças e idosos são grupos considerado de risco. “Quando verificamos os dados epidemiológicos de crianças menores de quatro anos e idosos, esse é o público que geralmente pode sofrer complicações, com desconfortos respiratórios. Por isso é preciso enfatizar a importância da vacinação”, afirma.
Essa falsa percepção de que a enfermidade não se apresenta de forma grave ou severa em crianças e bebês é também motivo de dúvida de pais e responsáveis. “Na verdade, essa baixa cobertura leva esse público não vacinado a um risco maior de hospitalização e complicações”, afirma.
“Existem sérias complicações relacionadas com a Covid-19 em crianças, com sequelas definitivas, crianças indo parar em UTIs e o número de óbitos relacionadas a crianças e bebês não vacinadas com Covid-19 é alto [no Brasil]”
Segundo a pediatra, os profissionais da saúde percebem a resistência de pais e mães em realizar a vacinação dos filhos contra o coronavírus devido às notícias falsas. “Tem muita informação errada, desinformação mesmo, relacionando a vacina da Covid com complicações cardíacas ou com sequelas definitivas, quando, na verdade, o que se tem que temer é a doença, é a Covid-19”, ressalta.
Em relação a isso, a coordenadora da Sesa destaca a importância de orientar pais e mães sobre a importância da proteção de crianças. “A vacina da Covid, assim como a da BCG que é feita nos bebês ainda nas maternidades, passa por um controle de qualidade dentro do programa de imunizações porque está no calendário básico, está na rotina”, afirma.
crianças de 6 meses a 2 anos estão aptas a receber o imunizante, conforme dados da Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS), do Ministério da Saúde.
A pediatra também reforça essa conscientização dos responsáveis partindo dos profissionais de saúde, uma vez que esses têm um contato mais próximo. “Quem trabalha em sala de vacina, na saúde comunitária, pediatras, médicos e enfermeiros que lidam com informações na população precisam estar preparados para dialogar, ouvir e acolher essas hesitações, os medos e receios. Tem que saber manejar isso de forma muito segura para levar esse paciente a se vacinar e se proteger”, diz.
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Cariri Ativo
11.11.2025


