Yanne Vieira
O mês de janeiro é marcado pela campanha janeiro roxo, de combate à hanseníase. Somente em 2019, o Brasil teve 27.864 novos casos de Hanseníase, o equivalente a 93% de todos os casos da região das Américas e 13,7% dos casos globais, os dados são do Boletim Epidemiológico sobre a Hanseníase divulgado pelo Ministério da Saúde também em 2019.
No Ceará, entre os anos de 2015 e 2019, 8.378 casos de hanseníases foram notificados no estado, sendo 385 em menores de 15 anos. 59,1% dos casos nesse período são em pessoas do sexo masculino, sendo a faixa etária mais atingida entre 50 e 64 anos, representando 29,9%.
A equipe do Site Miséria entrevistou o médico dermatologista Vinicius Arraes para entender como a doença se desenvolve e quais são as formas de tratamento. A hanseníase é uma doença infecto contagiosa que se manifesta principalmente na pele, mas pode acometer os nervos e as articulações, “causa lesões muito brancas, lesões com aspectos muito variados, que só um exame detalhado da pele e alguns testes é que vão ajudar na identificação e no diagnóstico da hanseníase“, afirma o dermatologista.
De acordo com o médico, a manifestação da doença pode levar entre 5 e 10 anos para acontecer, por isso, é necessário a realização de exames de check-up, para um diagnóstico precoce.
Existe tratamento, podendo variar apenas no tempo de duração de paciente para paciente, “com a primeira dose da medicação já diminuiu mais de 99% da transmissibilidade da doença”, revela o dermatologista. O tratamento é disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A transmissão da doença ocorre na grande maioria das vezes por um contato íntimo ou prolongado, sendo transmitido através de gotículas de saliva, tosse ou espirro.
Lesão branca, com cores mais vermelhas, alterações de sensibilidade, dor, diminuição da sudorese, acometimento dos nervos, sendo endurecidos ou mais espaçados, são motivos de alerta, afirma o dermatologista, Vinicius Arraes.
Janeiro Roxo
A campanha é importante para a prevenção da doença e também para evitar possíveis sequelas. O médico ressalta que, a manutenção do tratamento bloqueia o ciclo de transmissibilidade, sendo necessária a sua continuidade.
miseria.com.br
24.01.2022