'Caguei para a prisão', diz Bolsonaro sobre denúncia da PGR

 

Legenda: O ex-mandatário da República e outros 33 são acusados de formar uma organização criminosa para a trama golpista

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Ex-presidente fez um discurso, em tom de deboche, durante sua primeira aparição pública após a manifestação da PGR.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele sobre a tentativa de golpe de Estado. Nesta quinta-feira (20), em sua primeira aparição pública após a manifestação da PGR, Bolsonaro fez um discurso, em tom de deboche, sobre a possibilidade de ser preso.

"O tempo todo [falam]: 'Vamos prender o Bolsonaro'. Caguei para prisão!", afirmou.

O ex-mandatário da República e outros 33 são acusados de formar uma organização criminosa para a trama golpista, arquitetada em 2022 para tentar impedir a posse do presidente Lula.

O discurso ocorreu em Brasília, durante o Primeiro Seminário de Comunicação do PL, com apoiares de Bolsonaro e parlamentares. Ele negou mais uma vez a tentativa de golpe e disse estar com a "consciência tranquila".

'Golpe da Disney'

Bolsonaro ainda debochou dos argumentos apontados pela PGR na denúncia, definindo o processo como um "golpe da Disney", já que estava em Orlando quando ocorreu a invasão e depredação da Praça dos Três Poderes por seus apoiadores, em 8 de janeiro de 2023.

"Eu estava lá [nos Estados Unidos] com o Pato Donald e o Mickey e tentei dar o golpe de 8 de janeiro aqui?", zombou.

Denúncia da PGR

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa terça-feira (18), a primeira denúncia envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Walter Braga Netto sobre a tentativa de golpe de Estado.

Na denúncia, Bolsonaro foi formalmente acusado pelos seguintes crimes:

• liderar organização criminosa armada;
• tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
• golpe de Estado;
• dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
• deterioração de patrimônio tombado.

Conforme a legislação, se somados, os crimes podem levar a uma pena de quase 40 anos de prisão, caso Bolsonaro seja condenado.

Veja a denúncia na íntegra

> Denúncia da PGR

Além de Bolsonaro, também foram indiciados os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI; e Braga Netto, que está preso preventivamente desde 14 de dezembro de 2024.

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21.02.2025