A quadrilha teria movimentado mais de R$ 123 milhões entre 2017 e 2022.
Além disso, policiais disfarçados realizavam apreensões falsas, desviando os entorpecentes para galpões, onde eram adulterados antes de serem distribuídos a delegacias. A partir disso, eram emitidos laudos falsos por peritos do Instituto de Criminalística, que atestavam a autenticidade das drogas adulteradas, permitindo que a quadrilha revendesse a cocaína pura sem levantar suspeitas.
Segundo os relatórios obtidos pela Corregedoria, delegacias como o 77º DP (Santa Cecília), 2º DP (Bom Retiro), 1º DP (Sé) e 12º DP (Pari) teriam sido utilizadas para viabilizar a operação criminosa.
Coleta de provas
Na sexta-feira (6), um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência da delegada, localizada na Vila Olímpia, bairro nobre de São Paulo. Durante a operação, foram recolhidos celulares, documentos, arma, distintivo e carteira funcional da servidora. Os dispositivos eletrônicos serão analisados para coletar possíveis provas de sua ligação com o esquema.
Além disso, a investigação aponta que cargos de chefia na 1ª Delegacia Seccional teriam sido vendidos pelo então chefe da unidade, para facilitar a atuação da quadrilha dentro da polícia. É o que diz um dos trechos do relatório da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo.
A delegada ocupava um dos postos mais altos da hierarquia policial, sendo a segunda patente mais importante na chefia de investigações. Conforme informações do Portal da Transparência, seu salário mensal era de R$ 30.232,08.
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que os indícios são investigados. “A Polícia Civil não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos da instituição”, diz a pasta.
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Cariri Ativo
10.02.2025