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Gilberto Gil notifica diocese por intolerância religiosa de padre contra Preta Gil

Gilberto Gil notifica diocese por intolerância religiosa de padre contra Preta Gil

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Legenda: Polícia Civil investiga o padre por intolerância religiosa ao citar morte de Preta Gil, na Paraíba
Foto: Reprodução/Instagram

No documento, o artista também pediu uma punição ao líder da igreja paraibana.


Escrito por
Redaçãoproducaodiario@svm.com.br


O cantor Gilberto Gil, pai de Preta Gil, enviou uma notificação extrajudicial à Diocese de Campina Grande, na Paraíba, exigindo que o padre Danilo César se retrate publicamente pela prática de intolerância religiosa durante a celebração de uma missa na cidade de Areial (PB).

No documento, o artista também pediu uma punição ao líder da igreja paraibana, e a Polícia Civil já abriu um inquérito sobre o caso. As informações são do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

O caso ocorreu no dia 27 de julho. Em vídeo que circula nas redes sociais, o padre cita o caso da morte da cantora Preta Gil — falecida no último mês devido a complicações de um câncer colorretal — como forma de desdenhar de religiões de matriz africana. 

"Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, declarou o religioso durante a homilia.

Após citar o caso de Preta, ele falou diretamente aos fiéis que estavam o acompanhando na Igreja de Areial para pararem de procurar essas "coisas ocultas" e que "o diabo os levassem", se referindo aos católicos que fazem pedidos para entidades de outras religiões.

A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza de religiões de matriz afro-indígena também denunciou o padre Danilo César.

O que diz a notificação

A notificação cobra retratação pública, responsabilização eclesiástica e resposta em até dez dias, sob pena de medidas judiciais, de ordem cível ou criminal. Para a família Gil, as declarações feriram "de forma cruel" a memória da artista, em um momento de dor e luto.

"Passados mais de 15 dias do fato, não houve manifestação pública ou qualquer comunicado feito à família com intuito de retratação das graves ofensas. Com todo respeito, а omissão de Vossa Excelência Reverendíssima e de Vossa Reverência contribui para perpetuar o estado de desrespeito à família, à memória da Sra. Preta Gil e às religiões de matrizes africanas".

Investigações

Algumas testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil. Conforme a delegada Socorro Silva, outras pessoas ainda serão chamadas para prestar depoimento, e o religioso deve ser interrogado na sequência.

A Diocese de Campina Grande, responsável pela Paróquia de Areial, informou que “o sacerdote, através da assessoria jurídica, irá prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes”.

Na nota, a diocese reiterou também que está comprometida com “os direitos constitucionais da liberdade de crença e de culto, da igualdade e não discriminação religiosa, do direito à honra e à imagem dos mortos e do princípio da dignidade da pessoa humana”.

diariodonordeste.verdesmares.com.br

Cariri Ativo

15.08.2025