Os suspeitos pagavam o Google para impulsionar os sites, ficando em primeiro lugar na página de busca.
Escrito por Redação
Duas pessoas, identificadas como Anderson Frasão e Felipe Maracai, foram presas nesta terça-feira (2), em um condomínio, na Praia do Futuro, em Fortaleza. A dupla é suspeita de falsificar 27 sites. Dentre os portais adulterados estavam 18 órgãos públicos, como Detrans e Secretárias da Fazenda de sete Estados. A prisão preventiva foi decretada por fraude eletrônica.
Conforme apuração da TV Verdes Mares, as investigações da polícia apontam que os suspeitos pagavam o Google para colocar os sites falsificados no primeiro lugar da lista de busca. Dessa forma, usuários pagavam tributos aos golpistas e não aos Estados de São Paulo, Maranhão, Amazonas, Acre, Goiás, Alagoas e Pará.
"Ter o anúncio na primeira página é um fator primordial para que as vítimas caiam nesse golpe. O site é visualizado em primeiro lugar e é feito esse acesso, através desse impulsionamento pago desse conteúdo. Ficava em primeiro lugar na busca e como o site simulava perfeitamente o site da Secretaria da Fazenda, geravam dados de tributos e efetuavam o pagamento via Pix" afirmou o delegado Alan Felipe Araújo, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos.
VALOR MILIONÁRIO
As investigações estavam a cargo das Polícias Civil do Ceará e do Maranhão. Os suspeitos viviam mudando de local e estavam há um mês no Ceará.
A Polícia ainda apreendeu dois carros de Luxo, em Fortaleza. Outros três carros foram apreendidos na casa de Anderson, em Imperatriz, no Maranhão.
Felipe e Anderson levavam uma vida de luxo nas redes sociais, embora tenham declarado que só recebiam menos de um salário mínimo, cada. Juntos, contudo, eles possuíam, cerca de R$ 2.800.000 em contas bancárias.
A justiça bloqueou R$ 2.556.247,00 dos suspeitos. Eles podem responder por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A defesa dos suspeitos foi procurada, mas informou que não irá se pronunciar.
Conforme o delegado, o contribuinte deve prestar atenção ao entrar nesses sites. Conforme Alan Felipe, para sites governamentais, há sempre o ".gov.br" e para sites nacionais priorizar o ".br", estes passam por registro no Brasil.
"Os criminosos preferem fazer hospedagem de sites no exterior. Eles usam, geralmente, os domínios '.com', ou '.info', ou '.net', ou '.fam', ou alguma situação diferente do '.com.br'", explicou o delegado.
'VIOLAÇÃO ÀS POLÍTICAS'
O Google afirmou ter políticas robustas que delimitam como pessoas e empresas podem anunciar produtos por meio do Google Ads.
A plataforma de buscas disse que inclui a proibição de anúncios que tentam confundir usuários, de produtos e serviços que induzam comportamento desonesto e que promovam serviços oferecidos diretamente pelo governo.
"Quando identificamos uma violação às nossas políticas, agimos imediatamente suspendendo o anúncio e, até mesmo, bloqueando a conta do anunciante. Se algum consumidor suspeitar ou for vítima de golpe, oferecemos uma ferramenta para denunciar violações de nossas políticas", informou por nota.
diariodonordeste.verdesmares.com.br
03.05.2023