Delegado Fábio Baena foi preso acusado de extorquir Vinicius Gritzbach
Em seu depoimento à Polícia Federal, Thatyana disse que o delegado Fábio Baena ligava para ela oferecendo ajuda, conforme reportado pelo jornal O Globo.
Baena prendeu Vinicius em fevereiro de 2024 e é um dos sete policiais presos acusados de extorsão, mencionado na delação de Gritzbach.
"Ele disse 'eu vou te ajudar, eu vou ser testemunha. Fica tranquilo que, o que eu puder fazer... eu sei que você é um menino bom", disse a ex-mulher do delator.
As declarações foram feitas em videochamada realizada dias após a soltura de Gritzbach, pouco mais de um mês detido. Também há um áudio de uma conversa entre Fábio Baena e Vinicius.
"Da audiência, eu já falei, se precisar de mim, a gente vai conversar com o advogado e eu te ajuda lá. Fica tranquilo", disse o delegado na gravação.
Fábio Baena havia dito em seu depoimento que 'nunca mais teve contato com Gritzbach'. Ele disse ainda que Gritzbach era obcecado contra sua pessoa.
Delegado está entre presos por extorsão
Na deleção premiada prestada ao Ministério Público, em 2023, Gritzbach denunciou Baena e outros policiais civis por extorsão. Na época, disse que os agentes cobravam dinheiro para não responsabilizá-lo pelos homicídios de dois integrantes da facção criminosa PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o "Cara Preta", e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", mortos na capital paulista em 2021. Os crimes eram atribuídos ao empresário.
Nesse período da investigação das mortes dos membros da organização criminosa, Baena era delegado do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e era responsável por apurar os casos.
Segundo o delator, o delegado e seus subordinados cobraram propina dele para que não o responsabilizasse pelos crimes. Porém, como Gritzbach se recusou a pagar os agentes, eles o indiciaram pelos homicídios dos membros do PCC.
No entanto, o empresário decidiu delatar o delegado e os outros policiais, os acusando de extorsão. Uma semana antes de ser assassinado em Guarulhos, o empresário voltara a denunciar os agentes da Polícia Civil na Corregedoria da corporação.
Morte de delator do PCC
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto no dia 8 de novembro de 2024, em um tiroteio no terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele foi “jurado de morte” pelo PCC.
O PCC acusa Antônio de desviar R$ 100 milhões da organização e ordenar a morte do “megatraficante” Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e de Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”.
Sequestrado pela organização, Gritzbach afirmou ter ficado sob o domínio dos criminosos por cerca de nove horas. Ele só teria sido liberado porque prometeu devolver o dinheiro desviado, mas acabou preso e decidiu contar à Polícia o que sabia.
Na delação premiada, Gritzbach acusou dirigentes de empresas que agenciam jogadores de futebol de lavarem dinheiro para o PCC. Um desses dirigentes seria Danilo Lima, o “Tripa”, que teria participado do sequestro dele.
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Cariri Ativo
24.02.2025